Contextualizando

Infidelidade partidária: uma situação imoral, ilegal e sem solução

Em 28 de Julho de 2022 às 11:15

A informação é do portal IG:

“Durante convenção nacional em Brasília, o PP oficializou seu apoio à candidatura de Jair Bolsonaro (PL) à reeleição. Apesar do PP confirmar que apoiará o atual chefe do executivo federal, a legenda autorizou que diretórios estaduais tenham total liberdade para formar alianças com candidatos que forem mais convenientes.”

Pelo teor da informação acima, está oficialmente estabelecida no Brasil a infidelidade partidária.

O PP nacional é presidido pelo senador Ciro Nogueira (PI) e tem em seus quadros o presidente da Câmara dos Deputados, nosso conterrâneo Arthur Lira, ambos aliados do presidente Jair Bolsonaro.

Citando apenas personagens da política alagoana, figuras expressivas do PSDB local fazem campanha aberta para Lula, do PT, apesar de oficialmente o partido ter firmado apoio a Simone Tebet, do MDB.

E o MDB de Alagoas, comandado pelo senador Renan Calheiros e pelo ex governador Renan Filho, igualmente não faz segredo que vota em Lula, renegando a candidatura de Simone Tebet.

Outro caso local, com implicação nacional, é Ronaldo Lessa, anunciado vice de Paulo Dantas, também apoiador de Lula. O PDT de Lessa tem como candidato à Presidência da República o ex governador e ex ministro Ciro Gomes.

Há por aqui outros casos de menor repercussão dessa infidelidade.

Cabe, pois, a indagação: para que serve e para que existe partido político no Brasil?

Sabe-se que graças ao Fundo Partidário e também ao Fundão partidário que subsidia financeiramente as eleições, ambos milionários e bancados com recursos públicos, comandar partido político no nosso país é o mesmo que “deitar eternamente em berço esplêndido”, como apregoa o Hino Nacional.

Além, claro, dos cargos públicos negociados nessas tratativas.

São irrelevantes as propostas previstas nos estatutos dos partidos.

Em tal situação, que parece não ter solução pelas vias legais, continua bastante atual a expressão imortalizada pelo saudoso jornalista Sérgio Porto, também conhecido como Stanislaw Ponte Preta: “Restaure-se a moralidade ou locupletemo-nos todos”.

Não há alternativas.

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