Maceió

Irmã de viciado acorrentado em casa apela por ajuda: "Nós vamos aguardar ele amanhecer morto?"

TNH1 | 23/11/21 - 09h52
Reprodução / TV Pajuçara

A família do homem de 34 anos, acorrentado pela própria mãe dentro de casa por ser viciado em drogas, continua em busca de respostas para conseguir internar o rapaz em clínica de recuperação para dependentes químicos. Na manhã desta terça-feira, 23, ela esteve na sede da Defensoria Pública do Estado e foi atendida pelo órgão.

A irmã do usuário de drogas, identificada como Cristiane, disse à reportagem do TNH1 que teme perdê-lo se não conseguir encaminhá-lo a uma casa de reabilitação o mais breve possível. A mulher contou que o irmão já ameaçou tirar a própria vida caso continuasse impedido de sair da residência.

"Ele disse que ia se enforcar, disse que ia pegar a corrente, colocar no pescoço e se matar, isso quando a gente tiver dormindo. Nós vamos aguardar ele amanhecer morto? Nós vamos ter que esperar? Será que vai dar tempo de evitar uma tragédia?", questionou.

"Já tem cerca de uma semana que ele está nessa situação. E ele tem o comportamento muito agressivo, quem for retirá-lo da casa para internação, quando se Deus quiser isso acontecer, tem que ter força, tem que ser uma equipe de homens", acrescentou Cristiane.

A irmã contou que foi recebida pelo núcleo responsável da Defensoria Pública, mas que o caso ainda vai ser encaminhado a um defensor público. 

O caso

Para evitar que o usuário de drogas escape de casa e cometa crimes para sustentar o vício, a mãe, uma senhora de idade avançada, o mantém acorrentado à parede da casa onde mora, situada no bairro do Benedito Bentes, em Maceió. A mulher disse que o filho já vendeu a televisão e, recentemente, chegou a trocar o celular da sobrinha por drogas. 

“Não é a primeira vez que eu coloco ele na corrente, pra não ver ele morto. Eu já perdi dois filhos e não tenho saúde boa. Já tentei tirar a minha própria vida, de matar ele também, porque o desespero é demais. Eu não desejo para nenhuma mãe o que eu estou sofrendo aqui”, afirmou, emocionada, ao repórter Alan Garcia, da TV Pajuçara

Em julho de 2019, o Poder Judiciário de Alagoas determinou que o homem fosse retirado do hospital psiquiátrico do presídio onde ele cumpria pena. Desesperada, a família pede aos poderes públicos que ele volte a ser assistido em uma casa de recuperação para dependentes químicos.