Relator da Medida Provisória dos Ministérios na Câmara dos Deputados, o alagoano Isnaldo Bulhões Júnior, líder do MDB na casa, reafirmou em entrevista a “O Globo”, que ninguém do governo Lula (PT) o procurou para mudar o texto do seu relatório, que tirou atribuições de diversas pastas, principalmente a do Meio Ambiente e a dos Povos Originários.
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A MP dos Ministérios deve ser votada a qualquer momento no plenário da Câmara dos Deputados.
Bulhões explicou a situação:
‘Até a noite desta segunda-feira, não fui procurado por ninguém do governo e, com isto, sigo acreditando que o texto modificado será aprovado sem dificuldades. Quando, eu não sei, esta decisão não me cabe. As pessoas ficam procurando problemas, dizendo que o governo tem insatisfações, mas eles estão contemplados neste texto, que foi feito com eles. Não há crise.’
Pelo texto até agora aprovado, o Ministério do Meio Ambiente perde a gestão da Agência Nacional das Águas e do Cadastro Ambiental Rural, enquanto a pasta dos Povos Originários fica sem autoridade sobre demarcação de terras indígenas.
O estranho na posição de Isnaldo Bulhões é que, além de líder do MDB na Câmara, um dos partidos da base do governo Lula, o deputado é muito ligado ao senador Renan Calheiros (MDB/AL), seu conterrâneo, uma das mais tradicionais lideranças da legenda em nível nacional e também governista – o senador Renan Calheiros Filho, indicado pelo pai, é o Ministro dos Transportes.
O que reforça o entendimento, reafirmado mais de uma vez pelo deputado, de que ele tem agido em comum acordo com o presidente Lula.
Não dá para entender, nesse contexto, porque a deputada federal Maria Silva (Rede Solidariedade), continua fazendo parte do governo.
“É absurdamente exagerada a conclusão de que ‘a pasta foi esvaziada’. O MDB sempre teve compromisso com a causa ambiental e seguimos com essa mesma missão’, diz Isnaldo Bulhões nas redes sociais.
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