Existem determinados episódios que, segundo entendidos de campanha política, podem decidir uma eleição, principalmente se ocorrerem na reta final da disputa.
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É o chamado “fato novo”.
Nesta 6ª feira, a coligação do senador Rodrigo Cunha (União Brasil), candidato a governador, exibiu um vídeo, que viralizou nas redes sociais, com declaração do ex-deputado Luiz Dantas, pai do governador Paulo Dantas (MDB) – candidato à reeleição.
No vídeo, Luiz Dantas se reporta a uma ação da Polícia Federal que envolve seu filho, hoje governador, da época em que Paulo era diretor geral da Assembleia Legislativa e ele, Luiz, o presidente da casa.
A acusação: Paulo Dantas estaria envolvido na contratação de servidores “fantasmas” para a Assembleia, que seriam cabos eleitorais residentes nas suas bases políticas e com os quais dividiria os salários, na popular “rachadinha”.
Afirma, no vídeo, seu próprio pai:
“Eu tinha uma chancela para chancelar todos os documentos. Algumas pessoas foram para a folha da Assembleia sem o meu conhecimento. Paulo estava envolvido nisso também, porque Paulo fazia parte da estrutura. Ele fez um derrame dessa chancela no município de Batalha e Maior Izidoro. Eu não quero que as pessoas de Alagoas sejam surpreendidas como eu fui, ou traídas como eu fui”.
Em 1988, um depoimento de Djalma Falcão, então prefeito de Maceió, no guia eleitoral de Guilherme Palmeira com acusações contra o candidato Renan Calheiros, na última semana da eleição, decidiu a disputa em favor do próprio Guilherme, por uma diferença pequena de votos.
Quatro anos depois, Téo Vilela era favorito na disputa pela Prefeitura de Maceió, faltou ao último debate com os concorrentes e, apurados os votos, os finalistas ao segundo turno foram Ronaldo Lessa (eleito prefeito) e José Bernardes.
Em Pernambuco, Roberto Magalhães era favoritíssimo numa eleição de governador, mas uma declaração da sua mulher a poucos dias da eleição, criticando esculturas do consagrado artista Francisco Brennand à beira mar do Recife, por considerá-las eróticas, provocou a sua derrota.
Nessas três situações acima, especialistas políticos consideraram o “fato novo” próximo ao dia da votação fator determinante para o resultado.
A história se repetirá este ano com Paulo Dantas?
A resposta vai caber aos eleitores alagoanos no dia 2 de outubro.
TER/AL intervém
Sobre essa questão, vale dizer que a Justiça Eleitoral proibiu Rodrigo Cunha de utilizar em seu horário eleitoral o vídeo com as declarações Luiz Dantas, pelo que sua coligação emitiu a nota que se segue:
“A coligação Alagoas Merece Mais recebeu com estranhamento a decisão do juiz eleitoral Maurício Breda, que determinou a retirada do ar de vídeo em que o ex-deputado e ex-presidente da Assembleia Legislativa de Alagoas, Luiz Dantas, pai de Paulo Dantas, afirma que o filho participou de esquema de nomeações irregulares no Poder Legislativo.
Em apenas duas horas, o juiz, que também preside o Conselho de Segurança do Estado, por nomeação do governador, analisou o processo e argumentou que se trata de fato sabidamente inverídico.
Porém, tanto o depoimento é verdadeiro, quanto o inquérito nº 137/2017, aberto pela Polícia Federal, que ainda está em andamento.”
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