Polícia

Mãe de Danilo diz à polícia que era sedada e proibida de usar celular pelo marido

TNH1 com Polícia Civil | 15/11/19 - 08h02

A polícia Civil divulgou que em um novo depoimento, a mãe do garoto Danilo Almeida, Darcineia Almeida, relatou vários episódios do relacionamento abusido com o marido, José Roberto Morais. O garoto foi assassinado no dia 12 de Outubro, no bairro do Clima Bom. 

O crime ainda não foi esclarecido, mas depois da aparição de José Roberto em entrevistas à imprensa, diversas denúncias de fatos violentos chegaram até à policia. 

De acordo com a polícia, as  novas denúncias foram trazidas em novo depoimento de Darcineia, prestado na tarde dessa quinta-feira, 14, na sede da  Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP). 

No depoimento, segundo os delegados Bruno Emílio, Eduardo Mero e Fabio Costa, que estão à frente do caso, Darcineira teria afirmado que José Roberto já agrediu tanto ela quanto seus filhos gêmeos Danilo e Daniel. Disse que ele seria tão ciumento que não deixava a esposa ter qualquer tipo de proximidade com amigos, familiares e vizinhos.

"Dacineia relatou ainda que antes desse relacionamento possuía uma vida normal e saía de casa inclusive para trabalhar. Que só após o atual relacionamento apresentou quadro de depressão, principalmente quando passou a receber ameaças de que a qualquer momento José Roberto poderia fazer uma “besteira” com ela. Dacineia expôs que sofreu frequentes constrangimentos em via pública, quando José Roberto dizia que ela era uma péssima esposa, que era comum ele brigar e jogar a comida de todos da família no chão, que em um dia desses teve que correr para a casa da vizinha para pedir ajuda", infomaram os delegado em texto enviado à imprensa.

Continuando o relato do depoimento da mãe de Danilo, a polícia informa que ela "Contou ainda que certa vez José Roberto pegou uma foice e tentou matar o pai de uma filha de Dacineia de um relacionamento anterior.  Ela era impedida de usar celular e menos ainda rede social. Explicou que após a morte de Danilo, ela era sedada por medicamentos de uso controlado fornecido por Roberto e que só parou de usar após sua prisão, inclusive tem se sentido bem melhor após a suspensão do uso de tais drogas, recuperando a consciência e a memória".

Dacineia  teria relatado também outras agressões contra mulheres cometidas por José Roberto, em uma delas uma vítima grávida teria abortado após ser empurrada de uma escada. Dacineia relevou outros pontos importantes relacionados ao dia da morte de Danilo, que podem ajudar ainda mais no apontamento da autoria desse crime que deixou perplexa a população de Maceió.

Defensoria pediu soltura

Enquanto isso, na última segunda-feira, 11, a Defensoria Pública do Estado de Alagoas protocolou pedido de soltura de José Roberto Morais, preso na quinta-feira, 07, suspeito de ter praticado estupro e cárcere privado contra a ex-companheira e a enteada no município de Arapiraca.

“Sobre os fatos não há o que falar, é um caso grave. Mas há uma declaração de uma pessoa e muita coisa estranha em um procedimento que segue em sigilo. Primeiro que houve uma denúncia anônima recebida por uma delegacia em Maceió, já que o José Roberto está sendo investigado pelo ‘Caso Danilo’. São os mesmos policiais que a Defensoria já tinha pedido o afastamento do caso", relatou em referência à denúncia de tortura feita pela mãe de Danilo, Darcinéia Almeida.

Para o defensor, como os crimes teriam acontecido em Arapiraca, os policiais deveriam ter remetido as investigações para a delegacia do município. “Os policiais de Maceió foram em buscas dessas pessoas e averigaram toda a situação, mas é um fato que não tem relação com a morte do Danilo. De maneira curiosa, depois de pegar as informações, eles encaminharam o caso para a polícia de Arapiraca", destacou, ao se referir, mesmo sem citar os nomes, aos delegados Fábio Costa, Thiago Prado e Bruno Emílio.

Ainda de acordo com a Defensoria, José Roberto não foi ouvido antes de ser preso e acabou detido aproximadamente 30 minutos depois de o mandado judicial ter sido apresentado na delegacia. “O mandado foi expedido às 14h do dia 7 de novembro, foi enviado para delegacia às 15h26 e, às 16h05, o José Roberto foi preso no endereço da mãe. Foi tudo muito rápido”, disse com estranheza.