Maceió

Mangue alagado está na área de resguardo, diz Braskem

Da Redação | 09/10/21 - 14h48
Avanço da Lagoa Mundaú, em Maceió, chamou a atenção do Instituto do Meio Ambiente | Reprodução/TV Pajuçara

Reportagem da TV Pajuçara mostrou, na quinta-feira (07), que uma grande área de mangue no bairro do Mutange, em Maceió, está sendo engolida pela Lagoa Mundaú. Segundo o coordenador do gerenciamento costeiro do Instituto do Meio Ambiente de Alagoas (IMA), Ricardo César, a área de 13 hectares equivale a 130 mil m², ou seja, a 20 campos de futebol inundados em virtude do avanço da lagoa, que decorre do afundamento do solo.

Neste sábado, porém, a Braskem – empresa responsável pela atividade mineradora naquela região – emitiu nota em que “rebate” o levantamento feito pelo IMA, dando conta de que a parte inundada corresponde à área de resguardo e compreende menos de 2% da área de mangue total.

No mesmo comunicado, a Braskem informa ainda que vem contribuindo com o poder público no sentido de “minimizar os efeitos do fenômeno geológico”, realizando diversas ações e estudos na região. Cita, ainda, acordos firmados com os ministérios públicos Federal e Estadual “que preveem recursos e tratativas nos aspectos sociais, ambientais e de mobilidade”, com a Braskem já tendo nomeado, inclusive, uma empresa para a realização de “estudos independentes” sobre tais impactos.

Confira, abaixo, a íntegra da nota:

Desde 2018, a Braskem vem contribuindo com o poder público na compreensão do fenômeno geológico em Maceió e atuando para minimização dos seus efeitos. Em acordo com as autoridades, a empresa realiza diversos estudos e ações na região, a exemplo da instalação de um conjunto de equipamentos de monitoramento dos mais modernos em atuação no Brasil.
 
Em dezembro de 2020, a Braskem assinou um acordo com os Ministérios Públicos Federal e do Estado de Alagoas, que prevê recursos e tratativas nos aspectos sociais, ambientais e de mobilidade. Foi nomeada uma empresa no acordo para realizar os estudos independentes para avaliar possíveis impactos ambientais na região, inclusive na lagoa Mundaú. Estes estudos incluem atividades técnicas de campo, análise de dados históricos e também escutas da população e das agências e secretarias ambientais do município e estado.
 
Após a realização de pesquisas em campo, a empresa Tetra Tech fez uma Escuta Formal Pública, no último dia 29 de setembro, quando apresentou resultados dos estudos, além de propostas de medidas de mitigação e compensação dos impactos identificados que têm relação com o fenômeno de subsidência e com as operações de extração de sal-gema.
 
Conforme previsto no acordo socioambiental firmado com os MPs, o plano definido após o diagnóstico e as contribuições recebidas na ocasião da escuta publica, é que indicará as ações futuras. 

A área de mangue que foi alagada está localizada especificamente no trecho das margens da Área de Resguardo e representa menos de 2% da área de mangue total avaliada no estudo. No plano ambiental proposto, está indicada uma medida de recomposição de área igual de mangue que será oportunamente definida em conjunto com as autoridades.