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Médico que vendia hidroxicloroquina contra Covid é condenado nos EUA

G1 | 30/05/22 - 18h09
Foto: Reprodução/Redes Sociais

Um médico dos Estados Unidos foi condenado pela Justiça do país por ter contrabandeado e vendido hidroxicloroquina como uma droga dentro de um “kit tratamento” para Covid-19.

A sentença foi dada na sexta-feira (27). O condenado se chama Jennings Ryan Staley. A Justiça deu a ele uma pena de 30 dias preso em uma cadeia e um ano em prisão domiciliar.


No ano passado, o médico já havia se declarado culpado por importar a droga de um negociante chinês fingindo que se tratava de “extrato de batata”.

Ele também confessou que a ideia era vender “kits de tratamento” para Covid-19 em março e abril de 2020. Staley ainda procurou investidores para o esquema, de acordo com a promotoria: ele prometia triplicar o dinheiro em 90 dias.

Um agente do FBI se passou por um cliente interessado em conversar com Staley. O médico disse ao agente que o kit com hidroxicloroquina era uma cura de 100%, uma bala mágica, uma arma fantástica e “quase boa demais para ser verdade”.

Staley afirmou que o “kit tratamento” daria imunidade de seis semanas. O agente do FBI pagou US$ 4.000 pelor “kits de tratamento”.

Sem saber que ele havia vendido “kits tratamento” a um agente do FBI, o médico foi entrevistado por outros agentes que se identificaram. Na entrevista, ele negou que havia afirmado que o “kit” que ele vendia era uma cura com 100% de eficácia —não só negou o que havia dito, como ainda disse que tal afirmação “seria tolice”, de acordo com a promotoria.

Em março de 2021 a Organização Mundial da Saúde (OMS) publicou uma diretriz na qual pede fortemente que a hidroxicloroquina não seja usada como tratamento preventivo da Covid-19.

No Brasil, a Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias ao Sistema Único de Saúde (Conitec) aprovou diretrizes duas vezes sobre o assunto, em maio e dezembro. Nas duas vezes, a comissão afirmava que não se devia usar remédios como a cloroquina, a azitromicina, a ivermectina e outros medicamentos sem eficácia para tratar a doença – tanto em ambulatórios (casos leves) como em hospitais, quando o paciente está internado.

No entanto, o Ministério da Saúde do governo do Brasil rejeitaram as diretrizes do Conitec.