Economia

MEIs são responsáveis por mais da metade das empresas ativas no país

Valor Econômico | 17/09/20 - 16h41
Reprodução

Mais da metade das empresas ativas no país no fim de agosto são registradas como microempreendedores individuais (MEIs), mostram os dados do boletim Mapa de Empresas, divulgado nesta quinta-feira pelo Ministério da Economia. Das 19,289 milhões ativas, 10,689 milhões são MEIs.

Um total de 889.712 novos MEIs foram abertos no segundo quadrimestre, mostra o boletim. Segundo a subsecretária de Desenvolvimento das Micro e Pequenas Empresas, Empreendedorismo e Artesanato, Antonia Tallarida, apesar de serem a maioria, houve uma desaceleração na criação de MEIs neste ano e não é observado um movimento de empreendedorismo como saída para o desemprego.

De acordo com o Mapa das Empresas foram abertas entre maio e agosto deste ano 1,114 milhão de empresas no país, o que representa alta de 2% sobre o mesmo período do ano passado e de 6% sobre o primeiro quadrimestre de 2020. Ao mesmo tempo, foram fechadas formalmente 331.569 empresas no período, uma queda de 17,1% sobre o segundo quadrimestre do ano passado e de 6,6% sobre os primeiros quatro meses deste ano.

Com isso, houve saldo líquido de 782.664 empresas criadas no segundo quadrimestre, segundo o Mapa de Empresas. Ao todo, o país tinha 19,289 milhões de empresas ativas no fim do período, número 4,5% maior do que o do primeiro quadrimestre do ano. 

Segundo o ministério, os dados mostram um recorde de abertura de empresas, em linha com a perspectiva de recuperação da economia após o momento mais crítico da crise. A alta nos novos negócios no ano seria ainda maior se não tivesse sido observada uma desaceleração nos meses de abril e maio, frisou o secretário de Governo Digital, Luis Felipe Monteiro. “Em junho já começamos a ver uma recuperação”, acrescentou.

Em relação ao fechamento, o secretário destaca que em abril e maio, devido às medidas de isolamento social, o número se mostrou abaixo da média histórica, retornando, depois disso, aos patamares anteriores. É importante destacar que os dados consideram o fechamento formal das empresas, e não a paralisação das atividades. “O encerramento formal é a última etapa que o empreendedor recorre”, explicou Monteiro.

Segundo ele, não é possível dizer se o encerramento temporário vai se refletir no encerramento formal nos próximos meses. "Estamos no início da recuperação e esses negócios, que foram suspensos, tendem a reabrir as portas”, acrescentou.

"O governo federal tem trabalhado em políticas públicas que visam fomentar o ambiente de negócios brasileiro em face da pandemia”, diz ainda o documento, citando, por exemplo, o Programa Nacional de Apoio às Microempresas e Empresas de Pequeno Porte (Pronampe).

O tempo médio de abertura de uma empresa ficou em 2 dias e 21 horas, um dia a menos que no primeiro quadrimestre deste ano. Em relação a janeiro de 2019, o tempo caiu 2 dias e 19 horas. 

O comércio varejista de artigos de vestuário e acessórios é, ao mesmo tempo, o segmento que registrou o maior número de aberturas e de fechamentos de empresas no segundo quadrimestre do ano. No período, foram abertas 68.711 e fechadas 22.961. Segundo técnicos da pasta, os números indicam recuperação no setor.

O mesmo ocorreu com relação às empresas de promoção de vendas, segunda colocada em ambos os rankings. Foram abertas 51.153, o segundo maior volume registrado no período, e fechadas 11.608.

Em tempos de isolamento e home office, houve impulso para as empresas dedicadas à preparação de alimentos preponderantemente para consumo domiciliar. No período, foram abertas 43.378 e fechadas 7.000.