Por Revista Crescer
"Estou só com tosse”, disse Tomas Remeikis, de 12 anos, pouco antes de morrer repentinamente em casa, deixando uma família devastada. O menino, que vivia com os pais e o irmão mais novo em Southport, na Inglaterra, havia sido diagnosticado ainda pequeno com hipertensão pulmonar — uma condição grave e progressiva, causada por um defeito congênito no coração. Apesar do diagnóstico, Tomas levou uma vida aparentemente saudável: frequentava a escola, praticava taekwondo, andava de bicicleta e estava sempre rodeado de amigos.
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"Ele era ótimo. Muito gentil, amigável, tinha muitos amigos e era apaixonado por taekwondo", contou o pai, Andrius Remeikis, de 35 anos, em entrevista ao Liverpool Echo. "Sempre perguntávamos se ele estava bem, como estava o coração, os pulmões, se sentia dor. E ele sempre respondia com um sorriso: 'Sim, estou bem'."
Tomas nasceu em Manchester e, há dois anos, a família realizou o sonho de se mudar para Southport, onde a qualidade de vida era melhor. Desde pequeno, ele apresenta complicações de saúde. A mãe percebeu que havia algo errado durante uma visita às avós, quando Tomas, com cerca de 2 anos e meio, se cansava demais ao andar de patinete.
Um médico na Lituânia disse que ele tinha um buraco no coração e explicou sobre a necessidade de uma cirurgia urgente. O procedimento foi bem sucedido e, desde então, ele passou a fazer acompanhamento no Hospital Great Ormond Street, em Londres.
Apesar de um ou outro desconforto — atribuídos muitas vezes ao esforço físico —, Tomas vivia com autonomia e parecia bem. Até que, na semana anterior à sua morte, apresentou sintomas leves de gripe: tosse e febre. Melhorou rapidamente e chegou a ir à escola.
Na manhã da tragédia, um feriado bancário, o menino acordou indisposto. “Fizemos as perguntas de sempre, sobre dor no peito ou falta de ar, mas ele só disse que estava com tosse”, lembra o pai. Poucas horas depois, o quadro se agravou. “Minha esposa estava trocando as calças dele e os lábios dele foram ficando azuis. Ele falou 'mãe, socorro!' e, em seguida, perdeu a consciência.
Tomas foi levado às pressas para o hospital, mas não resistiu. A causa exata da morte ainda está sendo investigada, mas os médicos acreditam que seu coração pode ter parado subitamente. "Tínhamos feito todos os exames recentemente em Londres, e os médicos estavam muito convencidos com a recuperação dele. Foi tudo muito inesperado."
O velório de Tomas aconteceu na Igreja da Sagrada Família e reuniu amigos das escolas que frequentavam, colegas de taekwondo e até crianças que conheceram online jogando videogame. Um amigo da Irlanda chegou com o pai de avião para se despedir. "Achei tão bonito esse gesto. Que pai incrível por permitir isso ao filho", comentou Andrius, emocionado.
A família autorizou a doação do coração de Tomas à Associação de Hipertensão Pulmonar, que acompanhou o menino ao longo da vida, e pediu que, em vez de flores, fossem feitas doações para a instituição. "Ele era um menino brilhante, amoroso, extrovertido. Onde passava, deixava sua marca. Todos que conviveram com ele o amavam", disse o pai.
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