Depois do ministro Luís Roberto Barroso, seu colega de STF Gilmar Mendes é mais um a usar ironia contra políticos brasileiros, como revela Bianca Gomes em “O Globo”:
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“O ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal, disse neste sábado que o ex-deputado Deltan Dallagnol ‘já pode fundar uma igreja’ depois da ‘chuva de Pix’ que o ex-procurador da Lava- Jato afirmou ter recebido após ter o seu mandato cassado.
— Esses dias eu via o Dallagnol dizendo que, quando saiu da Câmara e estava no avião, começaram a chover Pix. É o novo contato com a espiritualidade, a espiritualidade do dinheiro. Certamente já pode fundar uma igreja —ironizou o ministro do STF, que ainda fez críticas à Lava-Jato, dizendo ‘às novas gerações’ que o ‘modelo Moro-Dallagnol’ não foi bem-sucedido. Vamos salvar o Judiciário desse grande escândalo. Não acreditem que são o quarto poder. Porque não são —completou.
A fala do magistrado se deu em um evento do Prerrogativas, grupo que reúne advogados críticos à Lava-Jato e que apoiaram a campanha do presidente Luiz Inácio Lula da Silva no ano passado. O encontro on-line era uma homenagem ao ex-ministro do STF Sepúlveda Pertence, que morreu em Brasília no último dia 2 aos 85 anos.
Ao citar o ‘Pix, Gilmar se referia a um vídeo do dia 11 de junho em que Dallagnol agradece aos seus seguidores pelas doações recebidas após a cassação do mandato. Na publicação divulgada em suas redes sociais, o ex-deputado chama aqueles que contribuíram de ‘agentes de Deus em sua vida’ e conta que desabafou com Deus sobre a preocupação em torno das condenações que vem sofrendo na Justiça e o possível impacto delas no patrimônio de sua família.”
A resposta
Deltan Dallagnol (Podemos) rebateu Gilmar Mendes no Twitter:
“É melhor fundar uma igreja do que um um clube de proteção aos mais corruptos.
Gilmar Mendes ofende de uma só vez os cristãos, as igrejas e os brasileiros de bem que apoiam o combate à corrupção. É triste ver um ministro do Supremo chegar a um nível tão baixo a ponto de atacar a fé das pessoas, em um ato de intolerância religiosa tão desprezível.
Talvez, por não viver o amor de Deus, ele não consiga entender o que é uma demonstração de amor, fé e compaixão dos milhares de brasileiros que foram solidários naquela ocasião.
E respondendo sua tosca provocação: eu prefiro fundar uma igreja do que fundar um clube de proteção aos mais corruptos e criminosos do Brasil”.
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