O Ministério Público do Estado de Alagoas (MPAL) instalou um Procedimento Administrativo para apurar uma possível negligência médica envolvendo Joyce Gomes da Silva e o seu filho recém-nascido, que morreu após parto realizado no Hospital Regional de Arapiraca, em dezembro de 2022, no Agreste de Alagoas. A decisão é dos promotores de Justiça Viviane Farias e Maurício Wanderley, por meio da 7ª Promotoria de Justiça de Arapiraca.
Ao instalar um processo para apurar as condutas dos médicos responsáveis pelo parto, os promotores alegaram a gravidade das denúncias feitas pela Joyce e da família. “A denúncia que chegou até o Ministério Público é muito grave e exige que adotemos providências. Queremos, enquanto protetores da cidadania, que tudo seja devidamente apurado e nos sejam apresentadas provas convincentes de que não houve a negligência defendida pela mãe. Então, entendemos que era preciso ir além de uma notícia de fato e evoluímos para o procedimento administrativo pelo qual manteremos acompanhamento minucioso”, explicou a promotora Viviane Farias.
Ainda de acordo com o MPE, os representantes ministeriais remeteram ofício ao Conselho Regional de Medicina de Alagoas (CRM/AL) para que, de posse de todas as peças que lhes serão encaminhadas, apurem as condutas adotadas pelos profissionais médicos. Além de acionarem o CRM, os promotores também solicitaram que a secretaria Municipal de Saúde de Arapiraca assegure atendimento psicológico à Joyce Gomes.
A reportagem do TNH1 entrou em contato com a assessoria de comunicação do Hospital Regional de Arapiraca, e aguarda um posicionamento para acrescentar na matéria.
O caso - Em dezembro de 2022, familiares de Joyce Gomes da Silva procuraram a Polícia e registraram um Boletim de Ocorrência na Central de Flagrantes de Arapiraca, onde alegavam que Joyce estava grávida de gêmeos, mas que só conheceu um dos bebês, que morreu logo após o parto, em uma ala do Hospital Regional de Arapiraca. Joyce conta que o filho que nasceu com vida e estava bem, mas morreu três dias depois do parto. Ainda segundo o relato, no dia do parto, ela recebeu a informação de que o outro bebê não havia se desenvolvido.
Ao TNH1, ela também relatou que o bebê, que havia sobrevivido por apenas três dias, estava com vários hematomas pelo corpo e na testa. Joyce ainda denunciou que procurou a unidade hospitalar em busca de respostas, mas não as obteve. Por isso, que o caso foi registrado na Polícia Civil.
