Um homem foi preso em flagrante após atirar na cabeça da esposa, dentro de casa, em Carpina, Pernambuco. A Polícia Civil relatou que a vítima ficou gravemente ferida e foi encaminhada para o hospital, onde denunciou o marido escrevendo o nome dele com sangue na maca.
O segurança Evaldo de Andrade Silva atirou contra Elaine Maria de Santana, na quarta-feira (23). Em seguida, ele mesmo levou a mulher para um hospital da região com ajuda de vizinhos.
Elaine foi transferida para o Hospital da Restauração por conta da gravidade dos ferimentos, onde passou por uma neurocirurgia e está em quadro de saúde estável.
A delegada do caso, Bárbara Fort, falou em entrevista coletiva que a polícia chegou ao autor do crime através do depoimento da mulher que, mesmo sem condições de falar, usou gestos para indicar o marido como o responsável.
"A gente perguntou se o responsável pelo tiro era o companheiro e ela fez gesto positivo. Também questionamos se o tiro teria sido disparado de forma acidental e ela negou, também com gestos", disse a delegada.
Evaldo foi capturado logo após o ocorrido, na casa do casal, onde ele retornou para levar os filhos de Elaine, que são de um relacionamento anterior.
A polícia também informou que um vizinho identificado como Davi Israel Pereira da Silva foi preso por guardar a arma usada no crime. Ele e Evaldo estavam se preparando para fugir.
O caso foi enquadrado como tentativa de feminícidio, e os acusados foram encaminhados para audiência no Tribunal de Justiça de Pernambuco (TJPE).
Novas versões
A polícia ainda divulgou que Evaldo tem diferentes versões do que aconteceu, que foram contadas por ele a vizinhos, a atendentes do hospital e à polícia.
Primeiro, o segurança disse aos vizinhos que Elaine havia caído. Em seguida, desmentiu a primeira versão, e falou em tiro acidental. "No hospital, ele voltou a falar que ela tinha caído. Quando foi informado a ele que havia marca de disparo de arma de fogo, Evaldo disse que era uma tentativa de suicídio. Ele também falou que havia ocorrido uma briga corporal e que não sabia quem tinha atirado", observou Bárbara Fort.
A delegada observa que ele não demonstra arrependimento nem remorsos pelo crime. "Quando conversamos, ele disse que ela tinha ciúmes e que ele pegou a arma para ameaçá-la e amedrontá-la", afirmou.
A polícia informou ter ideia de como ocorreu o disparo. "Sabemos que o tiro foi dado de cima para baixo. Como os dois têm uma altura compatível, acreditamos que ela foi baleada quando estava de joelhos ou sentada", explicou a delegada.
Os vizinhos relataram que o casal tinha um relacionamento conturbado e que ouviram gritos na casa. No entanto, não houve registros de denúncias na delegacia da cidade.
*Estagiária sob supervisão da editoria
