Ciência

Museu Nacional resgata parte do crânio de Luzia

Segundo pesquisadores, 80% do fóssil, considerado o mais antigo das Américas, foi encontrado nos escombros

VEJA.com | 19/10/18 - 15h18
O crânio Luzia | Museu Nacional/AP

Pesquisadores do Museu Nacional confirmaram o resgate do crânio Luzia, considerado o fóssil mais antigo das Américas, com 12.000 anos. Os fragmentos dos ossos foram encontrados nesta semana, pouco mais de um mês depois do incêndio que consumiu o prédio histórico no Rio de Janeiro no começo de setembro.

Até o momento, foram encontradas partes frontais, testa e nariz, e laterais, que somam cerca de 80% da peça, afirmaram os pesquisadores em coletiva de imprensa. Para a reconstrução, a instituição aguarda o repasse da verba do Governo Federal, que deve reabrir o laboratório responsável, parte da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).

Desde a tragédia, havia esperança de recuperação do crânio, um dos principais tesouros arqueológicos do museu. Na época do incêndio, o geólogo Renato Cabral Ramos afirmou que o crânio ficava guardado dentro de uma caixa de metal resistente, em um armário. E foi exatamente nesta caixa, parcialmente destruída, que Luzia foi encontrada.

Achado em Lagoa Santa, em Minas Gerais, em 1974, o fóssil trata-se de uma mulher que morreu com 20 a 25 anos de idade e foi uma das primeiras habitantes do Brasil. O crânio e a reconstituição de sua face — que revela traços semelhantes aos de negros africanos e aborígenes australianos — estavam em exibição no museu. A análise do crânio de Luzia pelo antropólogo Walter Neves mudou as principais teorias sobre o povoamento das Américas. É considerado o maior tesouro arqueológico do país.