Alagoas

Novo decreto pode iniciar retomada gradual; veja setores que seriam incluídos

Ana Carla Vieira | 09/06/20 - 16h36
Palácio República dos Palmares | Arquivo/Gabinete Civil

Esta quarta-feira, 10 de junho, é o último dia do Decreto Estadual em vigor, que determina medidas sanitárias e de isolamento social contra a covid-19. A expectativa, após o Governo não ter adotado medidas mais rígidas no estado, nos dois últimos decretos, é de que o próximo documento venha com medidas de flexibilização e permissão de funcionamento para alguns setores a partir do próxima segunda-feira, dia 15, tendo em vista o feriado de Corpus Christi, na quinta-feira, com a sexta-feira provavelmente sendo imprensada, e depois o fim de semana.

De acordo com um protocolo elaborado pelo Governo e apresentado às categorias, Alagoas vive atualmente a fase vermelha, que é a mais crítica. A próxima fase é a laranja, que ainda conta com isolamento social necessário, pois a transmissão comunitária do vírus continua acontecendo e há ainda um risco elevado de contaminação. Porém, nesta fase laranja, alguns setores teriam funcionamento permitido. Seriam eles: 

- Lojas ou estabelecimentos de rua com até 400 metros quadrados, que pratiquem o comércio ou serviços de natureza privada, bem como centros de comercialização de artesanato e manualidades, exceto shoppings centers, galerias e centros comerciais. Esses estabelecimentos, segundo o protocolo, deverão funcionar em horário especial, de 9h30 às 17h ou de 9h30 às 20h, obedecendo às regras do protocolo sanitário;

- Salões de beleza e barbearias com quadro de funcionários reduzido em 50%, obedecendo às regras do protocolo sanitário;

- E templos, igrejas e demais instituições religiosas com 30% de sua capacidade, obedecendo às regras do protocolo sanitário.

O TNH1 procurou alguns representantes destes setores, para saber sobre as expectativas e como estão se preparando para essa retomada, quando ela vier a acontecer. 

A Associação Comercial de Maceió disse que concorda com um protocolo que permita a retomada imediata das atividades econômicas e que já apresentou propostas de retomadas por segmentos, respeitando todos os protocolos sanitários, como o TNH1 já antecipou ontem (08).   

Com relação aos salões de beleza e barbearias, o presidente do Sindicato das Empresas de Serviços de Estética e Beleza do Estado de Alagoas (Sindibeleza), Ariel Fernandes, disse que espera que o Governo considere o setor como serviço essencial. "Medidas como distanciamento, horários agendados e uso de luvas e máscaras nós já atendemos plenamente nos salões e barbearias. Estamos totalmente aptos para cumprir o protocolo e voltar a funcionar", disse Ariel. 

Ainda segundo ele, o setor abrange hoje cerca de 20 mil empregos diretos e indiretos. "Nossa expectativa é de abertura parcial do setor já a partir do dia 15. Há 10 dias, nós protocolamos, inclusive, um ofício junto ao Governo mostrando nosso interesse e nossa capacidade nessa reabertura", enfatizou o presidente do Sindibeleza. 

Templos e Igrejas

Sobre um possível retorno das atividades religiosas no estado, o TNH1 ouviu Arquidiocese de Maceió, da Igreja Católica, e também a Ordem dos Pastores Evangélicos de Alagoas (Opeal). 

O presidente da Opeal, Pastor Glauco Leitão, disse que alguns pastores participaram de uma reunião online com o secretário do Gabinete Civil, Fábio Farias, e puderam apresentar sugestões para a retomada. Mas, segundo ele, os líderes evangélicos saíram da reunião sem grandes perspectivas para o retorno. "O secretário confirmou que as igrejas estão incluídas na fase laranja e que essa é a próxima fase. Mas ele não precisou quando ela vai ser adotada", disse o pastor.

Ainda de acordo com Glauco, há grande expectativa para esse retorno. "A crise deprime muito as pessoas. E muitas ainda não têm acesso à Internet. Então, gostaríamos de oferecer esse apoio psicológico nas igrejas", declarou o presidente da Opeal. 

"Estamos prontos e equipados para a retomada, as igrejas vão ter termômetros digitais, as normas vão ser fiscalizadas, as cadeiras terão distanciamento e iremos funcionar com apenas 30%  da capacidade. Mas estamos conscientes e responsáveis de que o retorno será feito quando os médicos e especialistas decidirem", enfatizou 

Já de acordo com a assessoria de comunicação da Arquidiocese de Maceió, o arcebispo Dom Antônio Muniz sempre sinalizou que não tem pressa na reabertura, e quer que isso seja feito somente quando as autoridades sanitárias disserem que é seguro. "O governador entrou algumas vezes em contato com o arcebispo, mas D. Antônio sempre se posicionou a favor de manter o isolamento como a melhor medida", disse a assessoria de comunicação. 

Protocolos

No protocolo apresentado pelo Governo, constam como regras gerais, entre outras medidas, o uso obrigatório de máscaras, utilização e disponibilização de álcool gel em locais fixos de fácil visualização e acesso, além da limpeza dos sapatos nas entradas dos estabelecimentos, controle do fluxo de pessoas, e a determinação de manter ao menos 1,5m (um metro e meio) de distância entre as pessoas. 

Para salões de beleza e barbearias, há ainda protocolo específico que exige atendimento exclusivamente mediante agendamento, com intervalo de 30 minutos, quadro de funcionários reduzido em 50% (cinquenta por cento), layout de trabalho ajustado com distanciamento de 2 metros entre as estações de trabalho e higienização obrigatória da estação de trabalho a cada troca de cliente.

Para Igrejas, Tempos e demais instituições religiosas, preferencialmente devem ser disponibilizadas cadeiras e bancos de uso individualizado. Bancos de uso coletivo devem ser reorganizados e demarcados de forma a garantir que as pessoas se acomodem nos locais indicados e mantenham o afastamento mínimo de um metro e meio umas
das outras.

Espaços destinados à recreação de crianças como espaço kids, brinquedotecas e similares devem permanecer fechados. Dispensadores de água benta ou outro elemento de consagração de uso coletivo devem ser bloqueados.

Ao blog do Ricardo Mota, o secretário Fábio Farias disse que o governo e as lideranças empresariais, políticas e religiosas têm de preparar a população para “a nova convivência social, que será diferente, pelo menos por um bom tempo, do que estávamos acostumados até antes da pandemia".