Contextualizando

O “Brasil profundo” precisa ser contemplado pelo PT no próximo governo

Em 28 de Novembro de 2022 às 18:36

Luciano Martins, no portal “Diário do Poder”:

“A equipe de transição trabalha no sentido de implementar as políticas sociais já anunciadas pelo Presidente eleito. Um dos desafios é justamente equalizar o necessário com o possível, sem com que isso ultrapasse as fronteiras da responsabilidade fiscal.

Todo este cenário evoca papéis principais é bem verdade, mas a mensagem que se quer transmitir alcançará os destinatários de fato e de direito? O Brasil profundo está contemplado?

De acordo com informações divulgadas pelo Ministério de Desenvolvimento, existe um déficit habitacional de 5,8 milhões de moradias (déficit habitacional – famílias que residem em condições precárias, ou que não têm nenhum tipo de habitação).

A maior causa do déficit habitacional é a falta de políticas públicas e atenção às transformações sociais.

Além da habitação, de acordo com a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua – PNAD Contínua, no terceiro trimestre deste 2022, chegou-se a 9,5 milhões de desempregados/desocupados.

O Ministério da Cidadania divulgou que no mês de outubro de 2022, 21,13 milhões de famílias receberam o Auxílio Brasil. Incluindo os benefícios complementares, ficou em R$ 609,65 por residência.

Não se pode esquecer da Educação. Segundo estudo elaborado pelo IPEC, a pedido do Fundo das Nações Unidas para a Infância – UNICEF, após a pandemia, 2 milhões de meninas e meninos de 11 a 19 anos ainda não terminaram a educação básica, deixaram a escola. Dificuldades de aprendizado e trabalho infantil são os principais motivos, apontou o levantamento.

Diversas são as fraturas sociais provocadas pela ausência do Estado. Não se trata discutir Estado mínimo. É a constatação do ‘Estado zero’, pusilânime.

Se porventura, num golpe de sorte, os ‘faniquitos’ do mercado financeiro, os interesses do Congresso e os esforço da equipe de transição tiverem por orientação as necessidades dessa boa parcela de brasileiros invisíveis, amém! Oxalá!

A verdade é que, entre uma cotovelada e outra pelos holofotes há muitos ainda na penumbra social. Soa obsceno deixá-los em segundo plano.

Trabalho, educação e moradia, são partes estruturantes, vigas mestras da dignidade. Estamos falando de vidas, pessoas, famílias invisibilizadas que deveriam estar inseridas no âmago das discussões e cuja realidade lhes passa arrabalde.

O Brasil profundo pede passagem.”

Gostou? Compartilhe  

LEIA MAIS

+Lidas