O governador Paulo Dantas (MDB) teve um gesto de extrema grandeza ao admitir, em declaração por vídeo nas redes sociais, a possibilidade de rever a decisão de “reajuste zero” para o funcionalismo ainda em 2023.
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Ele anunciou para a próxima terça-feira uma nova rodada de negociações entre a equipe do governo que avalia a questão e representantes dos servidores públicos.
Dantas renova, assim, a esperança do funcionalismo de ter neste ano a reposição de pelo menos parte do índice oficial da inflação de 2022, que foi de 5,79%.
Quanto ao argumento do governo de que o “reajuste zero” seria por conta da imposição da Lei de Responsabilidade Fiscal, há de se imaginar que os técnicos da sua equipe estão reavaliando os cálculos de forma a encontrar uma alternativa que não implique em desrespeito à LRF e suas eventuais consequências.
No fundo, ainda existe a conotação política da questão: servidor público é sempre fator significativo num processo eleitoral.
E Paulo Dantas tem um bom exemplo: em 1994, seu tio avô Divaldo Suruagy foi eleito governador pela terceira vez com a maior votação proporcional do Brasil (81% dos votos) – boa parte do funcionalismo estadual.
Dois anos e meio depois, Suruagy teve de deixar o governo por causa do desgaste pelo atraso constante no pagamento dos servidores públicos.
É como o dizer popular: “A mão que aplaude é a mesma que apedreja”.
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