Contextualizando

Omissão causa mais uma derrota política de Alagoas para Sergipe

Em 6 de Julho de 2023 às 12:39

Na década de 1960 uma contenda política resultou na transferência da Petrobras – com equipamentos, instalações administrativas e funcionários – de Alagoas para Sergipe.

Desde então passou a prevalecer no imaginário popular a máxima de que os políticos sergipanos até brigam entre si, por questões locais, mas na hora de unir esforços em defesa do seu Estado as desavenças locais desaparecem completamente e dão lugar ao entendimento.

Com a perda da Petrobras, enquanto a economia de Alagoas passou a depender quase que exclusivamente do setor sucroalcooleiro, nossos vizinhos sergipanos alcançaram elevado índice de desenvolvimento, ao ponto de por muitos anos Aracaju ter apresentado um dos PIBs mais elevados do Brasil.

No nosso caso, no início da década de 1970 a implantação da Salgema (hoje Braskem) em Maceió, também com um toque de política, foi decantada como “a redenção econômica de Alagoas” – embora na prática os impactos na economia local tenham sido bem abaixo da expectativa.

Na última sexta-feira (30) de junho, o placar voltou a beneficiar os sergipanos, com a decisão do Supremo Tribunal Federal estabelecendo que a receita tributária referente à produção de energia elétrica no Complexo Hidrelétrico de Xingó, na divisa entre Alagoas e Sergipe, deve ser auferida pelo Estado vizinho.

O argumento técnico/jurídico foi o de que as unidades geradoras de energia da usina estão instaladas no município de Canindé de São Francisco, em território sergipano, e que o município de Piranhas, em Alagoas, abriga apenas os vertedouros que desaguam no Rio São Francisco.

Imprescindível dizer que a decisão do STF é jurídica, mas que, inegavelmente, faltou articulação política das lideranças de Alagoas para reverter tal situação – e, como se sabe, a política é fiadora de muitas decisões judiciais neste ensolarado Brasil, principalmente nas instâncias superiores.

Voltando ao âmago da questão: enquanto políticos alagoanos se digladiam por questiúnclas locais, bem provincianas, mais uma vez o Estado sofre um revés considerável para Sergipe.

É quando se constata que a predominância de conterrâneos ocupando cargos relevantes na política nacional quase nada traz de importante para Alagoas – atende apenas aos seus interesses pessoais.

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