Meio Ambiente

Operação Oceano mostra o turismo predatório e uma lição de preservação na Costa dos Corais

TNH1 com TV Pajuçara | 25/04/24 - 09h55

Em 1997 um estudo comandado pelo oceanógrafo Gabriel Louis Le Campion fez um mapeamento sobre os recifes de corais nas piscinas naturais de Paripueira, no litoral norte de Alagoas. Na época, o empresário Vanderlei Turati, que explorava o turismo local, se sensibilizou e quis saber o que fazer para preservar o paraíso natural pelo qual se apaixonou quando chegou ao estado. Uma equipe de estudantes de biologia marinha foi então enviada ao local para explicar e orientar colaboradores e clientes do restaurante sobre a preservação daquele verdadeiro santuário. O resultado de tudo isso é que hoje, a piscina natural de Paripueira é mais bem preservada de toda a APA Costa dos Corais, faixa que começa em Maceió e vai até Tamandaré, em Pernambuco.

“Para preservar você precisa conhecer, saber por que é que precisa preservar. Temos biólogos na nossa folha de pagamento, que dão capacitação, treinamento aos nossos colaboradores de como preservar. Isso já está no DNA da empresa, passada para os colaboradores a necessidade dessa preservação”, afirma o empresário, que hoje tem restaurantes de luxo na região. A história de Vanderlei foi contada por Ivan Lemos, no quarto episódio da série “Operação Oceano”, uma produção do Pajuçara Sistema de Comunicação (PSCOM) com o selo “Pajuçara Social”.

Turati: visionário, empresário encampou a luta pela preservação e hoje tem até biólogos contratados em seus restaurantes em Paripueira

Mas, infelizmente, o exemplo de Vanderlei não tem sido a regra. Esses cartões postais, que tanto encantam turistas, sofrem com o turismo predatório.

O encantamento de ver, por exemplo, espécies de peixes de pertinho nas águas cristalinas e um intenso fluxo de embarcações nessas regiões, acabam por degradar esse ecossistema. Praias lotadas e muito lixo, não ajudam na preservação desses santuários.

Os 120 km de extensão da APA dos Corais, segunda maior barreira de corais do mundo, precisa de atenção para que mantenha sua exuberância e atraindo turistas.

“Quando você tem um ameaça de pessoas chegando num ambiente pequeno, como um piscina natural, que chamamos de poça de maré, o excesso de pessoas transitando é prejudicial. Com isso, você tem que dimensionar a capacidade que esse ecossistema pode receber por dia”, afirma Le Campion, que comandou na Pajuçara, em 2003, um estudo semelhante ao realizado em 1997 em Paripueira.

“Fizemos o estudo na área de menor e de maior frequência. Na época havia muita frequência, e havia uma queda brusca na diversidade nas comunidades de topo recifal”, explica o especialista. 

Assista abaixo o quarto episódío na integra e AQUI, os episódios anteriores. 

A série “Operação Oceano”, produzida pelo Pajuçara Social, do Pajuçara Sistema de Comunicação (PSCOM), mostra como o oceano - que presenteou Maceió com lugares deslumbrantes como as piscinas naturais da Pajuçara -, fomenta o turismo e, consequentemente, a economia. Jangadeiros e comerciantes vivem do mar, tirando sustento da família, e dedicando suas vidas às águas do atlântico. A série conta com reportagens de Ivan Lemos, imagens de Vasni Soares, produção de Adriana Leite, edição de Bruno Góes e edição de imagens de Luciano Aureliano.