Polícia

Perito criminal detalha caso de comerciante morta pelo sobrinho em Rio Largo

Ascom IC | 28/03/20 - 21h31
Foto: IC

Os peritos criminais Victor Portela e Daniele Araújo do Instituto de Criminalística de Alagoas, responsáveis pela perícia do incêndio que vitimou a comerciante Cícera Oliveira da Silva, de 53 anos, em Rio Largo, entregaram o laudo pericial. A trama criminosa que terminou com a prisão do sobrinho da vítima, autor material do homicídio, começou a ser esclarecida após os primeiros levantamentos no local do crime.

Para chegar à conclusão final, os peritos criminais realizaram o primeiro exame pericial no dia do fato, 17 de janeiro de 2020, e um outro levantamento complementar no dia 28 do mesmo mês, após liberação pela defesa civil. Os trabalhos foram acompanhados pelo delegado responsável pela investigação, Lucimério Campos, que já suspeitava de ter sido um incêndio criminoso. 

“A presença do delegado durante o levantamento da morte violenta, pedindo maiores esclarecimentos aos peritos foi de extrema importância para direcionar as investigações ainda no local.  Neste caso específico, houve a confirmação da causa do incêndio e que realmente se tratava de um ato criminoso, fato este que colaborou de maneira crucial para o esclarecimento do crime e determinação de sua autoria, confirmada pela confissão posterior do criminoso,” afirmou o perito.

Victor Portela explicou que apesar dos graves danos nos imóveis periciados em decorrência do incêndio de grandes proporções, foi possível constatar os focos do incêndio. Dentro do imóvel, não foi encontrado nenhum traço de fusão primário nos componentes elétricos presentes, o que juntamente com outros vestígios levaram os peritos a descartarem a possibilidade de curto-circuito.

“Identificamos a existência de 05 focos iniciais do incêndio nas residências, que se iniciaram de maneira independente. Dois focos na casa nº 28, sendo um e cada quarto do imóvel, e três focos na casa nº 24, sendo um na suíte, outro no quarto e um foco no corredor da residência,” explicou o perito, acrescentando que também foi possível constatar danos na fechadura de um cofre existente na casa nº 28, que teriam sido gerados antes da ocorrência do incêndio.

Os focos iniciais foram identificados pelos padrões de queima devido à movimentação das chamas, encontrados nas superfícies danificadas. Os peritos encontraram vários padrões de queima nas paredes, além de queimas específicas nas estruturas de madeira (telhado e forras de portas) que demonstravam dentro do ambiente a dinâmica de início e propagação dos focos.

“Sendo assim, concluíram os peritos que o incêndio foi intencional e criminoso, através de uma ação pessoal direta, com possível uso de acelerante, um caso classificado como incendiarismo,” diz o laudo pericial que já foi entregue a delegacia de Rio Largo para ser anexado ao inquérito policial que será remetido a justiça.