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Pesquisa eleitoral: nem sempre os prognósticos são confirmados nas urnas

Em 28 de Setembro de 2022 às 06:41

Muitas pesquisas de opinião pública divulgadas recentemente estão sendo questionadas, pois mesmo que estejam sendo registradas no Tribunal Superior Eleitoral os resultados não condizem com outras feitas para consumo próprio.

A credibilidade das pesquisas eleitorais vem sendo questionada há muito tempo, por conta de diferenças entre os números divulgados ao longo das campanhas, especialmente na véspera da eleição, e a verdade implacável das urnas.

Em Alagoas, algumas contradições entre as intenções de votos reveladas pelos institutos e os dados definitivos da apuração de votos se tornaram históricas.

A mais relevante foi a disputa ao governo em 1990, entre os então deputados federais Geraldo Bulhões e Renan Calheiros: a primeira pesquisa do Ibope apontou Renan com 64% e Bulhões com apenas 2 (dois) % e as urnas apontaram GB eleito governador, com enorme diferença em seu favor.

Até hoje Renan Calheiros jura que houve fraude na apuração de votos, que era manual.

Em 1992, pelas pesquisas o senador Téo Vilela era favorito absoluto para se eleger prefeito de Maceió, numa disputa em que o deputado estadual José Bernardes aparecia sempre em segundo lugar e o vereador Ronaldo Lessa era o terceiro – Lessa era conhecido como “candidato garçom”, pois não passava de 10% das intenções de voto.

Apurados os votos, Ronaldo Lessa foi o mais votado, com José Bernardes em segundo e Téo Vilela em terceiro – no segundo turno, Lessa foi eleito com um massacre de votos.

Já no ano de 2006, o deputado federal João Lyra liderou as pesquisas de intenção de voto ao governo concorrendo com Téo Vilela e, até a véspera da eleição, os institutos diziam que Lyra seria eleito no primeiro turno.

Abertas as urnas, o eleito no primeiro turno foi Téo Vilela.

Os dirigentes dos institutos de opinião pública costumam dizer que “pesquisa eleitoral reflete a realidade do momento”, mas nunca explicam os motivos de muitas vezes a realidade das urnas ser bem diferente das intenções de votos apuradas durante a campanha – em vários casos bem acima da chamada “margem de erro”.

Resta ao eleitor avaliar com cuidado seus candidatos para votar com consciência e  não se deixar influenciar pelas pesquisas, nem nos maquiados programas do guia eleitoral, na ilusão de escolher “o que tem mais chances de ser eleito”.

Até porque nem sempre os favoritos são os melhores candidatos

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