Comportamento

Pessoas boas têm mais problemas econômicos, aponta estudo

De acordo com pesquisadores, o efeito observado é gravíssimo em indivíduos de baixa renda

VEJA.com | 11/10/18 - 21h29
Economia | Tumisu/Pixabay

De acordo com um novo estudo da Associação Americana de Psicologia, pessoas consideradas boas não dão tanto valor ao dinheiro quanto as outras. Por isso, elas podem correr maiores riscos de falência e outros problemas financeiros.

Os cientistas envolvidos na pesquisa coletaram dados de cerca de 3 milhões de participantes por meio de alguns métodos: dois painéis online, uma pesquisa nacional, informações de contas bancárias e dados geográficos disponíveis ao público. Já se sabia, graças a trabalhos anteriores, que aqueles considerados portadores de personalidades acolhedoras costumavam sofrer por dinheiro. O novo objetivo era investigar se as dificuldades econômicas eram mais comuns entre esses indivíduos por causa de seu estilo de negociação cooperativo ou devido à pequena importância que dão ao dinheiro.

Eles descobriram que essas pessoas, por não ligarem tanto para o assunto, tinham grandes probabilidades de gerenciar mal os seus fundos, contribuindo para altos índices de dívidas e poucas poupanças. No entanto, o trabalho apontou também que nem todos esses indivíduos sofrem economicamente, uma vez que a renda entre eles pode diferir. Os piores casos foram encontrados entre os menos endinheirados.

“A relação que encontramos é muito forte para aqueles que ganham pouco, ou seja, que não têm os meios financeiros de compensar pelo impacto negativo de sua personalidade”, afirmou Joe Gladstone, professor assistente de estudo do consumidor na University College London e coautor do estudo.

“Ser bondoso e confiar nos outros tem custos econômicos, especialmente para quem não tem condições de contrabalancear o seu jeito”, completou a pesquisadora principal do trabalho, Sandra Matz, da Columbia Business School.