Brasil

PF apreende supostas vacinas em casa de cuidadora que se passava por enfermeira em MG

G1 | 30/03/21 - 19h32
Polícia Federal

A Polícia Federal encontrou, na tarde desta terça-feira (30), em Belo Horizonte (MG), supostas vacinas que teriam sido usadas por Cláudia Mônica Pinheiro Torres de Freitas em uma garagem de ônibus comandada por um dos maiores conglomerados de transporte do estado. Ela e o filho dela, Igor Torres de Freitas teriam, supostamente, comercializado e aplicado vacinas.

Uma das suspeitas é que as vacinas sejam falsas. Outra possibilidade é que sejam verdadeiras e que tenham sido desviadas do Ministério da Saúde ou importadas ilegalmente.

Mãe, filho e o motorista da família, que teria levado a mulher até a garagem no dia da vacinação, foram levados para a Polícia Federal onde prestarão depoimento. Cláudia é cuidadora de idosos e se passava por enfermeira. Não há registro dela no Conselho Regional de Enfermagem de Minas Gerais (Coren-MG).

Mandados de busca e apreensão foram cumpridos na casa dela. A mulher, o filho e o motorista que a teria levado até a garagem onde aconteceu a suposta vacinação prestam depoimento na sede da Polícia Federal na noite desta segunda-feira.

Em depoimentos prestados aos delegados que investigam o caso nesta segunda-feira (29), os empresários Rômulo e Robson Lessa admitiram a aquisição dos medicamentos sem procedência para a doença que já matou mais de 300 mil pessoas no Brasil. O valor cobrado por mãe e filho estelionatários por duas aplicações foi de R$ 600.

De acordo com a PF, a mulher, que fingia ser enfermeira, tem passagem por furto e também teria comercializado a vacina falsificada, importada ilegalmente ou desviado do Ministério da Saúde para outras pessoas em Belo Horizonte, além dos investigados na operação Camarote.

A PF investiga a origem das vacinas vendidas pela dupla, para identificar se são realmente falsificadas ou importadas de maneira ilegal. Um mandado também foi cumprido em uma clínica.

Mandados de busca e apreensão foram cumpridos na garagem onde supostamente ocorreu a vacinação e em residências dos empresários. Aparelhos celulares, computadores e documentos, incluindo uma lista com 57 nomes de pessoas que teriam se vacinado clandestinamente, foram apreendidos.

O delegado Leandro Almada havia adiantado à TV Globo três linhas de investigação: supostamente, pode ter havido a importação irregular ou ilegal de imunizantes; também há hipótese de desvio de imunizantes pelo Ministério da Saúde; e fraude.

A operação foi deflagrada após reportagem da revista Piauí, publicada no dia 24 de março, quando foi revelada por meio de vídeos a vacinação clandestina de empresários e políticos dentro de uma das garagens de empresas comandadas pelos irmãos Lessa.