Polícia

PF pede inclusão de André do Rap na lista de procurados da Interpol

UOL | 13/10/20 - 07h21
Arquivo Pessoal

A PF (Polícia Federal) pediu hoje a inclusão do nome do narcotraficante André de Oliveira Macedo, conhecido como André do Rap, na lista de procurados da Interpol (Organização Internacional de Polícia Criminal).

O chefe do PCC (Primeiro Comando da Capital) em Santos (SP) é considerado foragido desde a noite de sábado (10), após o presidente do Supremo Tribunal Federal, Luiz Fux, suspender a decisão do ministro Marco Aurélio de colocá-lo em liberdade. Contudo, investigações policiais dão conta de que o traficante já havia fugido para o exterior. A SSP (Secretaria da Segurança Pública de São Paulo) montou uma força-tarefa para procurar André do Rap.

A inclusão na chamada "lista vermelha" da Interpol acionará agentes em todo mundo na busca de André do Rap. A informação foi divulgada pela "Globo News" e confirmada pelo UOL.

André do Rap e mafiosos moravam no mesmo prédio

O narcotraficante é suspeito de ser o principal elo do PCC com os mafiosos italianos Nicola Assisi, 61, e Patrick Assisi, 37, acusados pelo governo italiano de serem os principais chefes da 'Ndrangheta na América do Sul, mas detidos na Praia Grande (SP) em julho de 2019 e aguardando processo de extradição no presídio federal de Brasília.

Enquanto estavam soltos, os italianos nem sequer disfarçaram identidade para viver no Brasil. Patrick, com nome na lista vermelha da Interpol, teve dois filhos em um hospital de alto padrão de São Paulo apresentando seu nome verdadeiro, por exemplo.

André do Rap e os italianos moravam no mesmo prédio da Praia Grande. Além disso, ambos contrataram o mesmo escritório de advocacia, o que não é ilegal, mas, segundo investigadores, não é uma coincidência. A defesa de André do Rap afirma que nunca foi comprovado envolvido de seu cliente com o PCC.

Para operar no Brasil, a 'Ndrangheta estabeleceu acordos com o PCC. Em dois anos, ao menos três homens com cargos de liderança na máfia italiana estiveram com chefes da organização brasileira, incluindo Gilberto Aparecido dos Santos, o Fuminho, preso em 13 de abril deste ano em Moçambique. Polícias europeias suspeitam que outros dois mafiosos italianos também estão, ou pelo menos passaram por São Paulo, nos últimos anos com a mesma finalidade.

Os Assisi, segundo a Polícia Civil de São Paulo, negociavam drogas junto a Fuminho, que não é considerado integrante do PCC, mas sócio e braço direito de Marco Willians Herbas Camacho, o Marcola, apontado como chefe do grupo. Fuminho seria o principal fornecedor de drogas — que chegam de países como Peru, Bolívia, Colômbia e Paraguai — para o PCC.