A Polícia Federal fez uma operação neste sábado (6) contra pesca ilegal na região do Vale do Javari e cumpriu sete mandados de prisão preventiva, expedidos pela Justiça Federal. Entre os presos estão três pessoas suspeitas de participação na ocultação dos corpos do indigenista Bruno Pereira e do jornalista Dom Phillips, assassinados em 5 de junho na região. Os alvos da operação são integrantes de um grupo que atua com pesca ilegal na terra indígena Vale do Javari e nas imediações. Segundo a PF, eles são ligados a Amarildo Oliveira, o Pelado, denunciado pelo MPF (Ministério Público Federal) por ter participado do assassinato de Bruno e Dom, e a Ruben Villar, o Colômbia, investigado por participação em esquema de pesca na região. window._r4Ads.call('div-gpt-ad-1618237256620-1'); window._r4Ads.call('div-gpt-ad-1618237256607-13');Pelado e Colômbia estão presos preventivamente em Manaus. O primeiro, pela participação no duplo homicídio. O segundo, por uso de documentos falsos -Colômbia tem documentos de identificação do Brasil, do Peru e da Colômbia. Em nota, a PF no Amazonas disse ter conseguido identificar a real identidade de Colômbia: ele se chama Ruben Dario da Silva Villar e é colombiano. "A PF identificou fortes indícios de que Colômbia seria líder e financiador de uma associação criminosa armada dedicada à prática da pesca ilegal na região do Vale do Javari, responsável por comercializar grande quantidade de pescado que era exportado para países vizinhos", afirmou a polícia. window._r4Ads.call('div-gpt-ad-1618237256620-2'); window._r4Ads.call('div-gpt-ad-1618237256607-4'); Dos sete mandados de prisão, dois são contra Pelado e Colômbia. Houve ainda o cumprimento de dez mandados de busca e apreensão. "Todos estão sendo investigados por se associarem a Colômbia visando a realização de pesca ilegal na região", disse a PF. "As investigações prosseguem para o cabal esclarecimento do caso." No último dia 21, o MPF denunciou três pessoas pelo assassinato de Bruno e Dom. A denúncia foi recebida pela Justiça Federal em Tabatinga (AM), o que fez com que os três envolvidos se tornassem réus. Foram denunciados sob acusação de duplo homicídio qualificado e ocultação de cadáver Pelado; Oseney de Oliveira, o Dos Santos, irmão de Pelado; e Jefferson da Silva Lima, o Pelado da Dinha, casado com uma parente dos dois. window._r4Ads.call('div-gpt-ad-1618237256620-3'); window._r4Ads.call('div-gpt-ad-1618237256607-6'); Outras cinco pessoas -todas elas familiares de Pelado e Dos Santos- são suspeitas de participação na ocultação dos cadáveres do indigenista e do jornalista. Bruno e Dom foram assassinados no começo da manhã de 5 de junho. Os corpos só foram encontrados dez dias depois, em uma das margens do rio Itaquaí, nas proximidades da comunidade onde moravam dois dos três denunciados. O MPF argumentou que Amarildo e Jefferson confessaram os crimes. A participação de Oseney, por sua vez, foi comprovada por depoimentos de testemunhas, segundo o MPF. window._r4Ads.call('div-gpt-ad-1618237256620-4'); window._r4Ads.call('div-gpt-ad-1618237256607-8'); O órgão afirmou ainda que já havia registro de desentendimentos entre Bruno e Amarildo por pesca ilegal no território indígena. "O que motivou os assassinatos foi o fato de Bruno ter pedido para Dom fotografar o barco dos acusados, o que é classificado pelo MPF como motivo fútil e pode agravar a pena", disse a Procuradoria. As investigações da PF prosseguiram após a denúncia. Os policiais tentam desvendar o "nível de ódio", nas palavras dos investigadores, que levou pescadores da região do Vale do Javari a executarem as duas vítimas. A investigação tenta descobrir se houve uma organização prévia do crime, inclusive com participação de diversos integrantes da mesma família, ou se a decisão de assassinar Bruno e Dom teve um aspecto repentino, a partir do momento em que se soube que os dois estavam transitando pelo rio Itaquaí, na região do Vale do Javari, rumo a Atalaia do Norte (AM). O esclarecimento da motivação com mais objetividade pode ser decisivo para o apontamento da existência ou não de um mandante dos crimes, segundo investigadores. Colômbia comercializava pescados com Pelado e alimentava a pesca ilegal na região do Vale do Javari, segundo a PF. Uma hipótese investigada é que ele possa ser mandante dos crimes. Procurada pela reportagem, a defesa dos acusados disse que ainda busca informações sobre a operação da PF e sobre as prisões efetuadas.