Polícia

Piloto de catamarã que afundou poderá ser indiciado por homicídio culposo

Erik Maia | 01/08/19 - 13h17
Operações Aéreas

O marinheiro que conduzia o catamarã “Tô a Toa”, que afundou provocando a morte de duas mulheres em Maragogi no último final de semana, poderá ser indiciado pelo crime de homicídio culposo, ou seja, quando não há a intenção de matar.

A informação foi confirmada ao TNH1, na manhã desta quinta-feira (1) pelo delegado Ailton Prazeres, que investiga o caso. Segundo ele, o marinheiro, que não teve a identidade confirmada pelo delegado, pode ter negligenciado a distribuição de coletes salva-vidas aos passageiros da embarcação.

“No depoimento dele ele disse que ofertou o equipamento, mas alguns passageiros dizem o contrário. Já a guia, a pessoa que explica cada parte do passeio, disse que apenas alguns passageiros pegaram o equipamento e que uns chegaram a tirar o equipamento durante o trejeto”, explicou o delegado.

O delegado disse ainda que os depoimentos das pessoas apontadas como donas da embarcação deverão acontecer na próxima semana. “Houve um imprevisto e esses depoimentos não foram colhidos essa semana, aí remarcamos para a próxima. Vamos ouvir a Simone, proprietária de direito, o Marcondes Viana, proprietário de fato, e uma terceira pessoa”, disse.

Sobre o que causou o naufrágio, o delegado se limita a afirmar que “houve entrada de água rápida no casco”, mas condiciona a causa a conclusão do laudo pericial da Marinha do Brasil.

“Não temos como afirmar o que houve, só a perícia da Marinha pode apontar isso. Um dos testemunhos aponta para o avistamento de uma tartaruga marinha morta, o que teria chamado a atenção dos passageiros para um dos lados da embarcação, mas, como já disse, isso é a Marinha quem vai dizer”, acredita.

Participação do Ministério Público

O delegado Ailton Prazeres confirmou ainda que o Ministério Público Estadual está acompanhando as investigações e depoimentos que estão sendo colhidos pela polícia. “A promotora tem acompanhado todos os procedimentos, inclusive tenho marcado os depoimentos para que ela acompanhe”, afirmou.

No último domingo (28), a promotora Francisca Paula Santana, que acompanha o caso, afirmou que vai pedir a prisão preventiva dos proprietários da embarcação.

O acidente

A embarcação com 54 turistas e seis tripulantes deixou a costa de Maragogi ainda pela manhã do sábado (27), com o tempo relativamente bom, segundo testemunhas. Todos os ocupantes conseguiram se salvar sem ferimentos, com exceção de duas idosas, Maria de Fátima Façanha da Silva, de 66 anos, e Lucimar Gomes da Silva, de 68 anos, que morreram afogadas.

A embarcação estava com a permissão municipal cancelada e era inapropriada para fazer passeios para as piscinas naturais, segundo confirmou ao TNH1 o secretário municipal de Meio Ambiente do Município, Gabriel Vasconcelos. De acordo com o secretário, cerca de 40 dias antes do acidente a embarcação foi multada pela Prefeitura em R$ 5 mil e, atualmente, fazia o serviço de forma clandestina.