Polícia

Polícia diz que Baixinho Boiadeiro tinha plano para matar deputado e prefeita de Batalha

TNH1 com informações da Deic | 06/02/19 - 07h24
Baixinho Boiadeiro foi preso na segunda-feira | Reprodução / Vídeo

A Polícia Civil afirma ter descoberto um plano para matar o deputado estadual de Alagoas, Paulo Dantas (MDB), e a prefeita do município de Batalha, Marina Dantas, esposa do parlamentar.

Áudios obtidos pelos delegados da Divisão Especial de Investigação e Capturas (Deic), revelam uma voz semelhante a de José Márcio Cavalcanti de Melo, o “Baixinho Boiadeiro”, ordenando a execução do crime. Ele foi preso na segunda-feira (4), após comparecer a um júri no qual foi condenado por um duplo homicídio qualificado, cometido em 2006.

Segundo os levantamentos da polícia, José Márcio, com o auxílio do primo “Dênis Boiadeiro”, teriam pago R$ 290 mil a pistoleiros pernambucanos que executariam o parlamentar e a prefeita.

O crime teria sido encomendado no início do mês de junho de 2018 e a ordem era que o casal fosse morto antes das eleições para evitar que Paulo Dantas se elegesse ao cargo de deputado estadual, para o qual concorria. Mas de acordo com o delegado Fábio Costa, da Deic, a polícia descobriu a tempo, localizou alguns dos envolvidos na trama e conseguiu intervir para evitar os assassinatos.

Áudios

O plano foi confirmado por meio de áudios do aplicativo WhatsApp, onde uma voz semelhante à de Baixinho Boiadeiro aparece cobrando o término do serviço. Em alguns dos áudios, também pode ser ouvida a voz de Cícero José Rodrigues de Lima, mais conhecido por Zé do Laércio Boiadeiro, primo de Baixinho.

A comprovação do envolvimento dos suspeitos na trama criminosa será realizada através de laudo pericial, que analisará o padrão de voz dos investigados.

Em um dos áudios, os suspeitos detalham como o crime seria executado. Eles citam fuzis como armamento a ser utilizado, e afirmam que o ataque deveria ocorrer quando as vítimas estivessem dentro do carro.

Narra-se ainda o plano de fuga para os pistoleiros, que retornariam para Pernambuco através de uma rodovia que leva à cidade de Águas Belas.

Prisão

Baixinho Boiadeiro, durante júri realizado na segunda-feira / Foto: TNH1/Letícia Sobreira

José Márcio foi preso após o júri que o condenou a 45 anos e 10 meses de prisão, pelo duplo homicídio de 2006, e vai cumprir outros dois mandados de prisão em seu nome. Após a sessão no Fórum do Barro Duro, encerrada na madrugada dessa terça, ele foi conduzido à sede da Deic, onde foi interrogado e negou a existência do plano.

Ele é filho do vereador Adelmo Rodrigues de Melo, o Neguinho Boiadeiro, assassinado em novembro de 2017, na cidade de Batalha. Um dos crimes do qual Baixinho é acusado é uma tentativa de homicídio contra o fazendeiro José Emílio Dantas para vingar a morte do pai, por acreditar que Dantas ordenou o homicídio.

Os demais suspeitos serão investigados pelos delegados da Deic, Fábio Costa, Thiago Prado, Cayo Rodrigues e Fabrício Lima e o caso corre em segredo de justiça.

O advogado de Baixinho Boiadeiro, Raimundo Palmeira, foi procurado pelo TNH1 e informou que não está com o caso referente a esse plano e não poderia falar em nome do cliente.

A assessoria de Marina e Paulo Dantas informou ao TNH1 que eles não irão se pronunciar sobre o caso.