Polícia

Polícia esclarece assassinato de mulher trans em casa abandonada, em Arapiraca

TNH1 com Ascom PC-AL | 17/06/20 - 10h37
Arquivo Pessoal

A Delegacia de Homicídios de Arapiraca, comandada pelo delegado Felipe Caldas, concluiu o inquérito que investigou o assassinato de uma mulher trans conhecida como "Rafinha Pimenta", ocorrido há três meses na mesma cidade. 

À época, a vítima foi considerada desaparecida por cinco dias e seu cadáver apresentava estado avançado de decomposição quando encontrado. A polícia acredita que ela foi morta no dia 14 de março. O corpo de Rafinha foi localizado em uma casa abandonada, no Povoado Poço da Pedra, zona rural de Arapiraca.

A necropsia, realizada pelo Instituto Médico Legal (IML), indicou que a mulher trans apresentava fratura no crânio e que seu corpo também foi queimado. Ela teve os dentes quebrados, além de ter sofrido outros tipos de violência.

De acordo com as investigações, Rafinha tinha um relacionamento com um menor de idade, que estaria desistindo de encontrá-la, o que a irritou. A vítima, então, ameaçou contar na escola onde o jovem estudava, que este havia saído com ela. Porém, caso o garoto aceitasse sair com ela de novo, esta não contaria nada a ninguém.

O fato importante na investigação é que a polícia descobriu que Rafinha sempre utilizava o telefone de um amigo quando queria conversar com o jovem. Em diálogos pelo WhatsApp, a polícia descobriu as ameaças que o menor de idade sofria da vítima.

Rafinha queria encontrar novamente o garoto, e que este estaria tendo um relacionamento com um rapaz maior de idade. O jovem, como forma de se livrar de Rafinha, contou tudo para o novo companheiro e falou das ameaças que sofria.

O homem, então, teria convencido o garoto a chamar Rafinha para conversar em uma casa abandonada, local onde eles costumavam se encontrar. Na conversa pelo aplicativo de mensagens, o menor falou que iria levar um amigo, mas Rafinha não sabia que seria o homem com quem o garoto tinha um relacionamento.

O jovem pediu para que Rafinha arrumasse um martelo, alegando que seria para consertar a porta da casa abandonada. Segundo as investigações, o menor e o homem seguiram em uma moto até o local combinado, e encontraram a vítima próximo da casa. Os três subiram na moto e se dirigiram para o imóvel.

Quando chegaram ao Povoado Poço da Pedra, o homem pediu o martelo a Rafinha, dizendo que iria consertar a porta da casa velha, mas na hora que vítima entregou, iniciou-se a agressão a marteladas.

Rafinha foi atingida na cabeça, e caiu já desacordada, sendo agredida outras vezes. O menor juntou-se ao rapaz e os dois seguiram a uma localidade distante, na mesma moto, onde conseguiram gasolina. Eles voltaram e atearam fogo no corpo da mulher trans. Depois do crime, a dupla fugiu.

O menor já foi ouvido na polícia e confessou sua participação, como também confirmou o envolvimento do companheiro no assassinato. O inquérito agora será enviado à Justiça.

O delegado Felipe Caldas reforçou a importância das pessoas passarem informações para a polícia sobre crimininosos pelo disque denúncia 181, ou ainda pelo 3522-3823 da Delegacia de Homicídios de Arapiraca. O anonimato é garantido.