Polícia

Presidente de ONG presa por estelionato postou agradecimento à polícia

Deborah Freire | 06/07/19 - 10h26
Pali mostra BO registrado em delegacia | Reprodução / Vídeo

A presidente da ONG Pata Voluntária, presa suspeita de estelionato nessa sexta (05), Amropali Pedrosa Mondal, 28 anos, chegou a agradecer o apoio dos delegados que investigavam o falso assalto à sede da instituição, denunciado por ela nas redes sociais no dia anterior.

Pali, como era conhecida, postou um vídeo no perfil da ONG em que confirma o registro do Boletim de Ocorrência, mostra o documento, e justifica porque demorou a procurar a polícia.

Segundo ela, o BO foi feito só à noite por falta de tempo. Alguns seguidores já estavam desconfiados da falta de informação sobre o roubo e questionavam a presidente.

“Já fizemos o BO. A gente vai postar no feed todas as informações. Vou descansar a cabeça e o coração porque a gente tá muito nervosa. A gente não tá querendo esconder nada, mas tínhamos obrigações, eu não podia faltar no trabalho, então a gente só conseguiu ir à delegacia agora à noite”, relatou em vídeo.

“Estamos recebendo todo o apoio do delegado Leonam, que está dando todo o suporte possível, do delegado Bruno, do promotor Alfredo Gaspar”, complementou.

O delegado Leonam Pinheiro, a quem Pali se referia, foi quem descobriu durante as investigações que o roubo teria sido inventado, como uma forma de mobilizar doadores e arrecadar dinheiro. Foram arrecadados mais de R$ 300 mil, segundo a polícia.

Um grupo de delegados esteve no imóvel onde teria ocorrido o roubo, no Jaraguá, mas encontraram o local abandonado, sem nenhum animal.

Outro imóvel que serve de sede da Pata Voluntária, segundo o delegado Thiago Prado, fica localizado no Trapiche da Barra, e abriga alguns animais. "De acordo com o veterinário responsável, está tudo nos conformes", declarou ao TNH1.

Crimes

Além de Pali Pedrosa, duas voluntárias da ONG, Nayane Perícia Silva Barros, 26 anos, e Maria Gisele do Nascimento Oliveira, 23 anos, foram detidas.

Segundo o delegado Leonam Pinheiro, responsável pelas prisões, elas confessaram a fraude e devem responder por estelionato, formação de quadrilha e comunicação falsa de crime.

A advogada das suspeitas foi procurada, mas não falou com a reportagem.

Seguidores confundem ONGs

Por conta da semelhança do nome Pata Voluntária com o de outra ONG, a Pata Amada, muitos seguidores passaram a mandar mensagens com críticas à instituição, o que motivou a divulgação da seguinte nota de esclarecimento: