Polícia

Professor ganhava R$ 300 por questão para fraudar concursos; entenda o esquema

09/05/17 - 10h13
Reprodução/ Balanço Geral de RN

A quadrilha suspeita de fraudar concursos públicos durante 12 anos em estados do Nordeste, desarticulada nesse domingo (07), na capital paraibana, agia em um esquema organizado que foi detalhado em vídeo pela polícia. Assista:

De acordo com a Polícia Civil da Paraíba, os criminosos contratavam professores especializados em concursos para se inscrever em processos seletivos indicados pelos “clientes”.

Os professores faziam a prova, anotavam o gabarito e repassavam para o grupo, que por meio de ponto eletrônico, informava as respostas para os candidatos que haviam contratado o serviço.

Um dos professores aparece sendo interrogado em um vídeo divulgado pelo programa Balanço Geral da Paraíba, onde diz:

“Eles descobriram de alguma forma que sou professor de língua portuguesa, acredito que por rede social. Me fizeram uma proposta para que eu respondesse uma prova do MP do RN, e me pagariam R$ 300 por questão”.

O delegado responsável pelo caso explicou que quando o edital era aberto, o grupo, logo em seguida, divulgava o concurso. Para o “cliente” eles cobravam em média o valor de 10 vezes o salário inicial do processo seletivo.

“Em alguns casos a quadrilha propunha ao cliente pagar apenas um valor de entrada e, quando fosse aprovado no concurso, o restante da quantia seria quitado”, explicou o delegado.

“O grupo também facilitava empréstimos, aquisição de documentos públicos, certidões e diplomas, para pessoas serem aprovadas em provas de título”, completou.

Desarticulação da polícia

Durante o concurso que aconteceu no último final de semana, para o Ministério Público do Rio Grande Norte, alguns candidatos foram monitorados por policiais disfarçados de fiscais de provas.

Em um vídeo, que aparece na reportagem do Balanço Geral, um dos envolvidos é revistado e deixa cair os equipamentos da fraude.

O esquema teria aprovado mais de 500 pessoas durante 12 anos de atuação da quadrilha.

Durante a operação policial, foram apreendidos veículos, documentos pessoais, objetos usados nos crimes e arma, com os envolvidos que usufruíam de uma vida de luxo.