A corrida pelo topo no Brasileirão está cada vez mais em aberto, e ninguém encontrou ainda fôlego para se distanciar na frente. Apenas cinco pontos separam o oitavo lugar do líder, e apenas dois deles venceram na 22ª rodada, repleta de duelos contra times na luta contra o rebaixamento.

Em determinados momentos, parece uma corrida que ninguém quer vencer. A começar pelo atual líder, o Atlético Mineiro. Contra um Ceará na beira do Z4, o Galo ficou apenas no empate em 2 a 2. Com um jogador expulso e um time remendado por conta do Covid-19, o empate até não pareceu tão ruim para o time de Jorge Samapoli. Mas foram apenas três vitórias nas últimas 10 rodadas e chega a surpreender o fato de os mineiros seguirem no topo mesmo assim, com 39 pontos.

Em grande parte, a liderança do Atlético se explica pela instabilidade do atual campeão, Flamengo. Favorito absoluto a manter o título, com a base de 2019 e elenco milionário, o Rubro-Negro passou por troca de técnico e começou a rodada com uma sequência de quatro jogos sem vencer. Desta vez, pelo menos, o Fla, agora comandado por Rogério Ceni, fez valer o favoritismo sobre o 18º colocado, Coritiba, e venceu por 3 a 1, se igualando ao Galo em pontos.

"Virtual líder", o São Paulo perdeu a chance de promover para já um empate triplo no topo. Apesar da grande fase, e de enfrentar um Vasco em crise, o Tricolor Paulista não fez boa partida no Morumbi e se contentou com o empate em 1 a 1, e com 37 pontos. Com três jogos a menos que os rivais, os comandados de Fernando Diniz ainda podem se distanciar no topo, mas terão de se empenhar mais para isso do que fizeram no fim de semana.

Já o Internacional segue em queda livre. Há quem culpe Abel Braga pelo momento, mas cada vez fica mais a impressão de que Eduardo Coudet abandonou um barco destinado a afundar. Não por acaso o técnico argentino reclamava das limitações do elenco. Com desfalques e poucas opções para rodar a equipe, o treinador se despediu com uma sequência de três rodadas sem vitória no Brasileirão. Já são cinco agora, e a derrota deste domingo foi dolorosa, de virada, com direito a gol olímpico. O vencedor foi o Fluminense.

O Tricolor das Laranjeiras segue com desempenho acima das expectativas para 2020. Em grave crise financeira, com desfalques por lesão e Covid, e depois de afastar um dos destaques da temporada, Dodi, por falta de acordo na renovação de contrato, o Flu conquistou três pontos importantes e chegou aos 35, apenas um a menos que o Colorado e a quatro da liderança. Odair Hellmann ainda teve o gosto de vencer pela segunda vez no Brasileiro o seu antigo clube.

Na sexta posição, com 34 pontos, aparece o Palmeiras, que entrou no Brasileiro como um dos grandes favoritos, e parecia fora da briga. O Alviverde se reaproximou da briga pelo título com quatro vitórias em sequência, mas a invencibilidade desta vez terminou de forma melancólica: derrota por 1 a 0 para o lanterna Goiás. Como tem sido comum neste Brasileiro, desfalques por Covid atrapalharam o time de Abel Ferreira, mas foi mais uma decepção do time paulista na temporada.

Assim como o Fluminense, o Santos é outro time que contornou a crise - que teve até impeachment de presidente - para figurar entre os primeiros. No entanto, o momento do Alvinegro Praiano não é dos mais fáceis na temporada e a derrota para o Athletico Paranaense impediu o time de colar nos líderes, com 34 pontos.

Por fim, e também com os mesmos 34 pontos, o Grêmio interrompeu sequência de quatro vitórias e deu um tempo na sua arrancada na tabela. O 0 a 0 com o Corinthians, fora de casa, estaria longe de ser considerado um fracasso em outros momentos, mas as circunstâncias tornam impossível não avaliarmos negativamente o resultado. Afinal, o time alvinegro ficou com um a menos ainda no primeiro tempo e jogou boa parte do segundo com dois expulsos. O Tricolor Gaúcho saiu com a sensação de ter perdido dois pontos que podem fazer falta no futuro.