Quem deve ser o próximo condenado à morte a ser executado por fuzilamento nos EUA?

Publicado em 08/03/2025, às 19h29
Reprodução/Utah Department of Corrections
Reprodução/Utah Department of Corrections

Por Extra Online

Após a execução de Brad Sigmon por pelotão de fuzilamento na noite de sexta-feira (07), em uma penitenicária na Carolina do Sul, o próximo detento que deverá ser morto dessa forma é Ralph Leroy Menzies, de 66 anos.

O americano foi condenado à morte em 1988 pelo assassinato de Maurine Hunsaker, uma frentista que foi sequestrada e baleada por Menzies em Kearns (Utah, EUA), dois anos antes. Ela tinha três filhos.

Quando Jim Hunsaker, o marido da vítima, chegou ao trabalho de Maurine na noite de 23 de fevereiro de 1986, ele descobriu que a esposa e sua bolsa, assim como US$ 116 da caixa registradora, tinham sumido. Pouco depois, ele recebeu um telefonema de Maurine, muito assustada. Ele contou ter sido sequestrada.

Dois dias depois, perto da área de piquenique do Big Cottonwood Canyon, uma pessoa que caminhava pelo local descobriu o corpo de Maurine, cujo pescoço fora cortado. Os seus pulsos apresentavam várias marcas, sugerindo que ela estava amarrada. Presumiu-se que ela foi amarrada a uma árvore próxima antes da sua morte. Um relatório de autópsia mostrou que a vítima morreu como resultado de estrangulamento por ligadura, e o ferimento, causado por uma faca, contribuiu para a morte.

A investigação do caso conseguiu ligar Menzies ao assassinato. Menzies, que foi autuado por acusações de roubo, não relacionadas à morte, e detido em 24 de fevereiro de 1986 (um dia antes do corpo ser encontrado), tinha quatro dos cartões de identificação de Maurine em sua posse, depois que um carcereiro os encontrou num cesto de roupas sujas localizado no vestiário usado por Menzies durante a triagem policial. No apartamento de Menzies, a polícia encontrou a bolsa da vítima e o dinheiro que havia sumido da caixa registradora.

Em 23 de março de 1988, o juiz Raymond Uno condenou Menzies à morte por fuzilamento. Quatro anos depois, a Suprema Corte de Utah negou recurso por um novo julgamento, e o condenado continuou no corredor da morte.

Os advogados de Menzies apelaram contra a pena de morte e esperam o resultado de uma petição na qual argumentam que o cliente sofre de demência e que, portanto, não está apto para a execução. Analista afirmam acreditar que a iniciativa da defesa não deverá ser bem-sucedida.

"Menzies foi avaliado por um neurologista que confirmou o diagnóstico de demência vascular e um neuropsicólogo que determinou que, como resultado da demência, o seu estado cognitivo está tão prejudicado que ele é incapaz de entender racionalmente a justificativa do Estado para sua execução", alegou o advogado.

Antes de Sigmon, que tinha 67 anos, três outros condenados haviam sido executados por fuzilamento desde 1977: todos de Utah — o último, há 15 anos.

Nas suas últimas palavras, Sigmon citou quatro passagens da Bíblia que, segundo ele, revelavam que "em nenhum lugar no Novo Testamento Deus dá ao homem autoridade para matar outro homem".

“Quero que a minha declaração de encerramento seja de amor e um chamado aos meus companheiros cristãos para nos ajudar a acabar com a pena de morte", disse Sigmon em declaração que o seu advogado leu em voz alta. "Olho por olho foi usado como justificativa para o júri buscar a pena de morte. Naquela época, eu era ignorante demais para saber o quão errado isso era. Por quê? Porque não vivemos mais sob a lei do Antigo Testamento, mas agora vivemos sob o Novo Testamento. Não estamos sob a graça e misericórdia de Deus", acrescentou o defensor.

A pena de morte foi abolida em 23 dos 50 estados dos EUA. Outros seis estados (Arizona, Califórnia, Ohio, Oregon, Pensilvânia e Tennessee) observam uma moratória sobre as execuções por ordem do Executivo. O método mais comum empregado na execuções é a injeção letal. O procedimento tem muitos críticos, que afirmam que ele prolonga o sofrimento dos condenados.

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