Contextualizando

“Rei morto, rei posto”: Lira-Lula é exemplo da convergência de contrários

Em 4 de Novembro de 2022 às 07:24

Lula mal acabara de ingerir o primeiro gole da comemoração pela sua volta ao Palácio do Planalto e o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP/AL), apressou-se em cumprimentá-lo pela vitória.

Já no dia seguinte, o deputado, líder do maior grupo de integrantes da Câmara, o “Centrão” – calculado em cerca de 260 parlamentares – fez chegar ao futuro presidente o recado de que somente aceitaria conversar sobre pautas comuns e fosse com o próprio Lula.

O recado continha uma mensagem subliminar do tipo “O poder já não emana do Palácio do Planalto”.

Recado enviado, recado recebido: Lula respondeu a Arthur Lira já marcando um encontro entre eles na próxima semana.

Assim, o maior aliado do ainda presidente Jair Bolsonaro, que tantas vitórias legislativas assegurou ao Executivo na sua gestão, vai cantar em outra freguesia.

Prevalece mais uma vez a máxima: “Rei morto, rei posto”.

Tenho dito e repetido neste blog que é assim que caminha a humanidade (ou a classe política, como queiram): os adversários numa eleição podem ser os aliados numa próxima eleição, e vice-versa.

O eleitor, que envolve até a alma por seus candidatos preferidos, continua a ser um mero detalhe nesse processo.

Mas, por dever de Justiça, é preciso dizer que Arthur Lira age como presidente da principal casa legislativa do Brasil e não é o único nessa metamorfose política, já que muitos outros líderes partidários estão se declarando ao futuro presidente.

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