Cinco anos após o desastre ambiental causado pela Braskem em cinco bairros de Maceió, o senador Renan Calheiros (MDB/AL) finalmente se pronunciou, da tribuna da casa, sobre o caso, demonstrando preocupação com a possibilidade de a Petrobras ampliar a sua participação acionária na empresa sem que os prejuízos sejam totalmente reparados.
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“A Braskem deixou em Alagoas um rastro de destruição, dores, perdas irreparáveis e um cenário de cidade-fantasma”, afirmou, dentre outras colocações apresentadas.
Renan acrescentou um dado recente e importante: as especulações sobre uma possível ampliação da participação da Petrobras na composição acionária da Braskem.
O senador registrou que um acordo firmado entre Braskem, Ministério Publico e outras instituições não tem sido satisfatório para reparar os danos ambientais, materiais e psicológicos envolvendo o milhares de moradores dos bairros do Pinheiro, Bebedouro, Mutange, Bom Parto e parte do Farol.
“A abrangência desse acordo de 2019 é insatisfatória e muito aquém dos prejuízos causados”, disse Renan, acrescentando:
“Perto de 200 mil alagoanos foram severamente prejudicados em 15 bairros por uma atividade inconsequente e danosa ao meio ambiente”.
Além de citar as diferenças de valores entre as indenizações iniciais e as realizadas posteriormente, Renan Calheiros registrou os prejuízos para o poder público:
“O Estado teve perdas superlativas com hospitais, escolas, creches, estações de tratamento de água e de terras sob o domínio estadual. A perda estimada com ICMS é de R$ 3 bilhões. A queda da atividade econômica no Estado, perto de 11%, provocou uma redução de 2% no índice de emprego. Estes são apenas alguns números já mensurados diante de muitos outros ainda difíceis de contabilizar.”
No seu entender, a venda ou ampliação do capital da Petrobrasna Braskem só deve ocorrer quando esse passivo for resolvido:
“Antes que se imponha uma nova realidade acionária da Braskem, é preciso que essa empresa, sua nova controladora e mesmo a Petrobras assinem um contrato social com Alagoas e os alagoanos para honrar compromissos, além das indenizações já em andamento por demandas judiciais ou não. Se o solo cedeu pela irresponsabilidade, nós não cederemos”, concluiu.
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