Contextualizando

Rodrigo Cunha e o desafio de recuperar os espaços (e apoios) perdidos

Em 12 de Agosto de 2022 às 19:23

Líder das pesquisas de intenção de votos no início deste ano, quando seus concorrentes não estavam definidos, o senador Rodrigo Cunha, candidato a governador pelo partido União Brasil, começou a encarar a realidade quando foram conhecidos os principais adversários.

Primeiro, em maio, quando a eleição indireta pela Assembleia Legislativa escolheu o deputado estadual Paulo Dantas (MDB) governador, para concluir o restante do mandato de Renan Filho.

Dantas sentou na cadeira principal do Palácio República doa Palmares pelas mãos dos seus principais patronos políticos nessa empreitada de reeleição: o senador Renan Calheiros e seu filho Renanzinho, ambos seus colegas de MDB.

Do baixo clero na ALE o governador passou a se credenciar pelo peso da caneta, pela ampla exposição na mídia e, naturalmente, pelo respaldo dos seus dois padrinhos.

A soma desses fatores fez de Dantas o líder de todas as pesquisas de intenção de votos.

O segundo complicador para Rodrigo Cunha atende pelo nome de Fernando Collor de Mello: ao desistir da aparente improvável reeleição, o senador do PTB ocupou um vácuo proporcionado pelo próprio Cunha e se lançou candidato ao governo vinculando, com grande estardalhaço, sua imagem à do presidente Jair Bolsonaro – sem que este, diga-se de passagem, tenha emitido qualquer sinalização de consentimento.

A estratégia de Collor deu certo e nas mais recentes avaliações sobre a vontade do eleitor ele aparece em segundo lugar, muito próximo de Dantas.

O terceiro complicador foi a fuga de Ronaldo Lessa com seu PDT para os braços dos Renans e de Paulo Dantas – conseguindo ser o vice da chapa – quase ao mesmo tempo em que o PL de Bolsonaro se coligava com o PTB de Collor, indicando o vereador Léo Dias para vice.

A fidelidade partidária no Brasil é letra morta da legislação e, na prática, a estrutura do PP de Arthur Lira, principal apoiador de Rodrigo Cunha, está a serviço do União Brasil, mas a esta altura não dá para garantir se será suficiente para colocá-lo no provável segundo turno da disputa pelo governo.

Hoje o outro suporte do apoio a Rodrigo Cunha é JHC e o seu PSB, porém pelos episódios mais recentes o prefeito de Maceió já não transmite ao União Brasil a mesma confiança dos tempos de outrora.

Assim como Rui Palmeira, candidato ao governo pelo PSD, a estrada de Rodrigo Cunha para chegar ao segundo turno é longa, tortuosa e cheia de armadilhas.

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