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Rússia anuncia sanções econômicas contra a Turquia

28/11/15 - 22h32


O presidente russo Vladimir Putin assinou um decreto impondo sanções econômicas contra a Turquia neste sábado (28), quatro dias depois do governo turco abater um caça russo próximo à fronteira entre Turquia e Síria.

O decreto, publicado no site do Kremlin, informa que serão banidos voos charter entre a Rússia e a Turquia e que operadoras de turismo devem parar de vender viagens para o país. Além disso, algumas importações de produtos turcos serão suspensas.

O Kremlin informou ainda que a operação de empresas turcas na Rússia e a contratação de nacionais daquele país por empresas russas enfrentarão restrições. O governo russo prepara uma lista de bens, empresas e empregos que deverão ser afetados.


O decreto, que entra em vigor imediatamente, ganhou o título de "Sobre medidas para garantir a segurança nacional russa e proteger os cidadãos russos de atividades ilegais e criminosas e a aplicação de medidas econômicas especiais contra a Turquia". Algumas das medidas anunciadas já estavam sendo informalmente aplicadas.

 

A Turquia exporta principalmente alimentos, produtos agrícolas e têxteis para Moscou. Um porta-voz do Kremlin afirmou mais cedo neste sábado que podem haver até 200 mil turcos vivendo na Rússia.

Putin assinou o decreto dias antes da Cúpula do Clima em Paris, que começa na próxima segunda-feira (30). Ainda neste sábado, antes da publicação do decreto, o presidente turco, Tayyip Erdogan, afirmou que o encontro poderia ser uma chance de reparar as relações com Moscou.

No dia 24 de novembro, dois caças-bombardeiros F-16 turcos abateram um SU-24 russo por este ter violado o espaço aéreo turco dez vezes no período de cinco minutos. Segundo as autoridades turcas, todas advertências foram ignoradas. O abate ocorreu ao longo da fronteira com a Síria. Vladimir Putin apresentou uma versão diferente e assegurou que o SU-24 não ameaçava a Turquia e que sobrevoava território sírio a 4 quilômetros da fronteira. O líder russo advertiu que, o que classificou como “facada nas costas”, iria ter “consequências sérias” nas relações diplomáticas entre os dois países. 

 



Fonte: R7