Polícia

Saiba como será feito exame em material coletado nos corpos exumados de crianças em Maceió

Theo Chaves | 08/05/24 - 10h36
Divulgação/Ascom Polícia Científica

A Polícia Científica de Alagoas confirmou, na manhã desta quarta-feira (8), que conseguiu coletar materiais orgânicos e inorgânicos nos corpos das duas crianças que foram exumados de um cemitério particular de Maceió para investigação, nessa última terça-feira (07). As duas crianças, de 1 e 3 anos, morreram em 2016 e em 2021, respectivamente, supostamente vítimas de envenenamento praticado pela própria mãe, que também é suspeita de tentar matar a mãe dela envenenada, em 2023.

De acordo com a Polícia Científica, as amostras coletadas foram encaminhadas para o Laboratório de Toxicologia Forense do Instituto de Criminalística de Maceió, onde serão examinadas.

“Essas amostras serão utilizadas para pesquisa de venenos e materiais tóxicos, com a finalidade de buscar indícios que possam colaborar com o inquérito policial”, esclareceu Eduardo Yukishigue Nisiyama, médico legista responsável pela exumação que também é chefe do setor de perícias em mortos do IML de Maceió.

Já o perito criminal chefe do Laboratório Forense, Thalmanny Goulart, explicou que, em casos como esse, é utilizada a técnica de análise de tecidos, através da espectrometria de massas. Porém o sucesso desse tipo de exame depende de vários fatores do eventual material coletado, como estado de decomposição (tempo e degradação), não só do tecido, mas também das substâncias que eventualmente possam estar contidas nele.

“Mais um motivo que reforça a importância da imediata coleta após o fato em que se quer esclarecer eventual morte sem causa definida. Então, a toxicologia tem que ser rápida para ser efetiva. Quando ela demora, a efetividade desse exame cai substancialmente e as chances para identificação pelo decorrer do tempo nesse caso diminuem”, explicou o perito.

Corpos foram exumados após solicitação da Polícia Civil de Alagoas

  • A exumação dos corpos das crianças atendeu a uma solicitação feita pelo delegado Arthur César, da Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), que acompanhou o trabalho da Polícia Científica.
  •  Em novembro do ano passado, a genitora das crianças confessou que envenenou a mãe após ter sido contrariada por ela, mas negou ter matado os dois filhos por envenenamento. À época, a Polícia Civil (PC) instaurou três inquéritos para investigar as mortes das crianças e a tentativa de homicídio.
  • A mulher suspeita, de 27 anos, foi presa no dia 24 de novembro de 2023, quando esteve numa delegacia para registrar um Boletim de Ocorrência. Ao fornecer os dados, policiais acabaram visualizando um mandado de prisão em aberto contra ela, que estava sendo procurada pelas autoridades policiais supostamente por ter envenenado e matado dois filhos. Ela continua presa.
  • Contra ela foram abertos três inquéritos policiais. Um para o filho de 1 ano de idade, o segundo para a criança de 3 anos, e o terceiro para a mãe dela, que sobreviveu ao envenenamento, mas está em estado vegetativo.

Com informações da Polícia Científica de Alagoas*