Alagoas

Seis anos após enchente, União dos Palmares enfrente crise hídrica

21/02/17 - 06h53
Redes sociais

Após decretar estado de emergência e iniciar o sistema de rodízio de abastecimento, o município de União dos Palmares, na Zona da Mata de Alagoas, vive um momento preocupante. Segundo o sargento Alex, representante da Defesa Civil Municipal, as duas fontes de abastecimento da região secaram. 

Uma imagem que circula nas redes sociais mostra os dois extremos vividos pela cidade. Há seis anos uma enchente devastou o Rio Mundaú, deixando milhares de desabrigado. Agora a região vive o outro extremo: a seca.

“A gente estava realizando o rodízio com apenas 20% da capacidade dos rios Mundaú e Una, mas agora não temos mais água. A saída emergencial é a construção de poços para abastecer os carros-pipas ou até mesmo tentar utilizar a água de um açude particular próximo a cidade”, afirmou o sargento.

As dificuldades do município já duram cerca de quinze dias. Ainda de acordo com a Defesa Civil, além da falta de chuvas, um dos principais fatores que geram a escassez na região são as ligações clandestinas.

A redação do TNH1 recebeu várias denúncias de que grandes propriedades na região estariam desviando água para irrigação e alimentação de animais.

“Estamos realizando um combate intenso de fiscalização na área para identificar essas ligações ilegais, mas é um trabalho complicado. Em um dia nós normalizamos, no outro as pessoas voltam a fazer [a ligação clandestina]”, lamentou.

Em meio à situação, o município aguarda recursos provenientes do governo para ajudar no combate à seca, porém a realidade também é sentida em outras regiões de Alagoas. Enquanto isso, a população tem buscado alternativas como a compra de água potável para abastecer caixas d’água e até mesmo buscando o que ainda resta de água nos próprios rios.

“O problema é que essa água acumulada nos rios está contaminada. Estamos aguardando a chegada de mais um carro-pipa amanhã, mas a quantidade não tem sido suficiente, afinal, trata-se de quase 60 mil habitantes”, explicou o sargento.