Polícia

Sem previsão: Polícia aguarda perícia para concluir investigações sobre morte de bebê no Francês

Bruno Soriano e João Victor Souza | 12/08/21 - 09h00
Luan Henry se afogou em piscina de residência na Praia do Francês | Reprodução

Uma das linhas de investigação sobre a morte do pequeno Luan Henry, que se afogou na piscina de uma residência na Praia do Francês, em Marechal Deodoro, segue pendente. É que a Polícia Civil afirma aguardar a conclusão de exames para confirmar ou não a suspeita de abuso sexual e, com isso, concluir o inquérito sobre o episódio registrado no último dia 24 de julho.

Já a Perícia Oficial informou não haver previsão para que o Laboratório de Genética Forense do Instituto de Criminalística (IC) analise o material biológico da criança, permitindo, assim, a conclusão do laudo.

A criança de apenas dois anos até chegou a ser levada para uma Unidade de Pronto Atendimento (UPA), mas não resistiu. A mãe adotiva do menino foi presa, mas liberada na audiência de custódia. Além do companheiro, ela estava acompanhada de uma diarista e mais dois casais quando o filho se afogou.

Delegada responsável pelo caso, Liana França reforçou ao TNH1, que já ouviu várias testemunhas do caso, mas que aguarda a conclusão dos exames de material biológico coletado no corpo da criança. Constam, ainda, na relação de pessoas a serem ouvidas os profissionais que atenderam Luan na UPA de Marechal.

“Nós também já convocamos a mãe biológica para saber se a criança vinha sendo assistida por um dermatologista ou pediatra, já que lesões encontradas no corpo do menino indicam que ele pode ter sofrido violência sexual”, explicou a delegada.

Defesa pede celeridade na Justiça

A advogada Rayane Albuquerque, que faz a defesa da mãe adotiva de Luan Henry, afirmou à reportagem que a família também espera celeridade na conclusão do laudo. Para ela, a suspeita de abandono de incapaz, que também é advogada, está sendo vítima de preconceito por ter uma relação com um homem trans.

"A defesa entrou com pedido na Justiça para que apressasse a entrega do laudo para avançar na conclusão do processo. A família também está ansiosa, nós acreditamos que a mãe não será indiciada. Agora é uma irresponsabilidade levantar possibilidades como essa, pois muita gente já morreu com esse tipo de informação, com o julgamento da sociedade. Isso mexe com a integridade física e mental dos familiares", disse Rayane Albuquerque.

"Eles querem logo o resultado para comprovar a inocência. O sofrimento não cessa pela perda da criança, mas o fim da investigação pode gerar alívio para essa família. Eles também estão sofrendo porque o outro filho, de quase 2 anos, continua no abrigo e querem recuperar a guarda" , continuou.

Por fim, a advogada esclareceu que entrou com pedido de indenização na Justiça, por entender que a mãe adotiva de Luan Henry, presa no dia da morte do menino, não poderia ter sido detida e ficado numa cela comum, pois o estatuto da OAB estabelece que advogados têm o direito de ficar em sala de Estado Maior 9um tipo de cela especial) antes da condenação penal.