O TJSP (Tribunal de Justiça de São Paulo) condenou seis dos sete denunciados pelo sequestro de Marcelinho Carioca e de Taís Moreira, amiga do ex-jogador.
O crime ocorreu em Itaquaquecetuba, na Grande São Paulo, na madrugada de 17 de dezembro do ano passado, quando Marcelinho e Taís conversavam na Mercedes-Benz C250 do ex-atleta, que saíra de um show na Neo Química Arena, em Itaquera.
O ex-jogador disse à polícia que três homens armados os renderam e os levaram encapuzados para um cativeiro, após rodarem por cerca de uma hora. Disse ter recebido coronhadas na cabeça e no rosto.
De acordo com seu relato, no cativeiro, um cortiço, os sequestradores estavam bem agitados e somente após algum tempo foi reconhecido.
Ele afirmou ter ouvido, em determinado momento, um criminoso dizer: "Caralho, olha lá quem é, fodeu. É o cara, é o Marcelinho". Aí lhe ofereceram água e comida.
Na manhã seguinte, ao perceberem que a polícia estava circulando pela região, os criminosos, em uma tentativa de despiste, o obrigaram a gravar um vídeo falando que havia sido sequestro após sair com uma mulher casada.
As sentenças
O juiz Sérgio Cedano disse na sentença que "as consequências do delito são nefastas, traumatizando as vítimas de forma irreversível".
Ele aplicou as seguintes penas aos acusados:
Caio Pereira da Silva e Jones Ferreira, que, segundo a polícia, renderam Marcelinho e Taís e os levaram para o cativeiro, receberam, respectivamente, uma pena de 28 anos e cinco meses prisão e 24 anos e quatro meses de prisão.
Thauannata Lopes dos Santos e Camily Novais da Silva, que seriam as responsáveis por procurar amigos e familiares das vítimas para a extorsão, receberam uma punição de 21 anos e quatro meses de prisão.
Wadson Fernandes Santos e Eliane Amorim, que teriam fornecido as contas bancárias para o recebimento dos pagamentos, sacado e transferido o dinheiro, foram condenados a 24 anos e 4 meses de prisão.
O sétimo denunciado, Matheus Cândido Costa, que seria o terceiro homem armado que rendeu as vítimas, não foi julgado ainda. O processo em relação a ele foi desmembrado, pois estava foragido, tendo sido preso apenas em agosto.
Os réus ainda podem recorrer da condenação.
O que dizem os condenados
Caio disse à Justiça ser inocente.
Jones e Eliane disseram não haver provas de que participaram do crime.
Camily disse ter sido incluída nos autos do processo apenas por "conhecer pessoas envolvidas". Declarou ter sido citada por uma pessoa presa em flagrante que tem inúmeros motivos pessoais para incriminá-la. Negou as acusações.
Wadson disse que não há provas de sua participação no crime.
Thauannata disse que não cometeu crime algum, e que estava "no local errado, na hora errada" (a casa do namorado, Caio).