“De tanto ver triunfar as nulidades, de tanto ver prosperar a desonra, de tanto ver crescer a injustiça, de tanto ver agigantarem-se os poderes nas mãos dos maus, o homem chega a desanimar-se da virtude, a rir-se da honra e a ter vergonha de ser honesto”.
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Essa declaração foi proferida pelo jurista e político Rui Barbosa, há mais de 100 anos, e continua absolutamente atual no nosso ensolarado Brasil.
Pois há quem entenda, por absurdo que seja, que ser honesto não deveria constar do perfil de quem pretenda exercer mandato político.
Vamos a um caso concreto, testemunhado por mim.
Em 1988, o então deputado estadual Dílton Simões concorreu à Prefeitura de Maceió e, durante a campanha, um advogado, anfitrião de um evento familiar, se insurgiu contra um convidado que manifestou intenção de votar em Dílton.
De forma veemente, o dono da festa bradou:
– Dílton Simões não pode ser eleito prefeito de Maceió. Trabalhei com ele três anos, durante sua gestão como secretário do Planejamento, e o conheço muito bem.
O convidado ficou intrigado e perguntou:
– Mas porque ele não pode ser prefeito de Maceió?
A resposta foi surpreendente, tanto quanto absurda:
– Porque é honesto demais.
Esse é um inusitado caso em que um cidadão deixa de votar em alguém por entender que honestidade é defeito.
Algo de fazer Rui Barbosa revirar no túmulo.
Complementando: o engenheiro Dílton Simões é, no dizer do meu falecido pai, “uma das reservas morais de Alagoas”.
Foi superintendente da Rede Ferroviária Federal em Alagoas, presidente da antiga CEAL – Companhia Energética de Alagoas, secretário estadual do Planejamento, prefeito de Maceió e deputado estadual por um mandato.
No dizer de hoje em dia, “um cidadão ficha limpa”
Aposentado há vários anos, tem uma vida simples, de hábitos modestos, padrão classe média.
Dílton Simões continua sendo uma referência em Alagoas quando o tema é honestidade.
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