Na semana passada o Ministério Público de Alagoas expediu recomendação à Prefeitura de Maceió e à Câmara de Vereadores para mudar a denominação da Avenida Fernandes Lima, a principal via urbana da cidade.
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A sugestão se deve ao ‘Quebra de Xangô’, considerado o mais violento episódio de intolerância religiosa do País, ocorrido em 1912.
A justificativa: Fernandes Lima era governador de Alagoas em 1912 e teria ordenado a ‘Quebra de Xangô’, que resultou na destruição de terreiros de candomblé em Maceió, com ampla repercussão no país.
Claro que modificar a denominação de um logradouro tão difundido iria gerar, como gerou, desdobramentos favoráveis e contrários, o que acabou acontecendo.
Um dos principais historiadores alagoanos foi contundente em repudiar essa iniciativa do Ministério Público, ao dizer:
“Parece que vivemos em outro mundo. Qual o custo dessa mudança ridícula? Fernandes Lima foi um grande nome da ação abolicionista e republicana.”
Outro pesquisador se refere à questão em termos comparativos:
“Igual ao Flávio Dino (atual ministro da Justiça e ex-governador do Maranhão) no primeiro ano de governo, que mudou nomes de escolas estaduais que homenageavam ex-presidentes militares. Já pensou o MP de Santa Catarina recomendar mudar o nome da capital Florianópolis por homenagear Floriano Peixoto, acusado de promover um massacre durante o combate aos revolucionários federalistas?”
Já o professor Edson Bezerra, da Ufal, sociólogo e antropólogo, autor do Manifesto Sururu e idealizador do projeto Xangô Rezado Alto, em entrevista ao portal “082 Notícias” defende a proposta do MP e concorda que seja substituída a denominação Avenida Fernandes Lima para Avenida Tia Marcelina, personagem daquele episódio de 2012.
Enquanto não há uma definição a respeito do caso, segue a polêmica.
Lembrando que algumas tentativas surgidas na Assembleia Legislativa de mudança do nome do Estádio Rei Pelé nunca prosperaram.
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