Polícia

Sócio de advogado assassinado é dono de casa de câmbio investigada em esquema de agiotagem de colombianos

03/04/18 - 20h39

A casa de câmbio  investigada no início deste ano pela polícia por ser usada como ponte que movimentava dinheiro fruto de agiotagem de Alagoas para fora do Brasil. Na época da operação, batizada de Usura, sete pessoas foram presas, todas elas naturais da Colômbia.

José Sinval Alves, dono da casa de câmbio investigada, estava reunido com seu sócio no escritório de advocacia, o defensor José Fernando Cabral de Lima e um outro funcionário no escritório que estavam prestes a abrir em uma galeria, quando dois supostos assaltantes entraram no local e os renderam. O estabelecimento estava prestes a iniciar suas atividades na parte superior do escritório, no mesmo prédio. 

Após pedir os objetos de valor e o dinheiro das vítimas, um dos suspeitos atingiu a cabeça do advogado José Fernandes, que morreu na hora, e fugiu logo em seguida em uma moto.

Usura

Durante entrevista coletiva realizada no dia 13 de março deste ano, autoridades ligadas a Secretaria de Segurança pública (SSP-AL) contaram que a investigação foi desencadeada dois meses antes após a polícia receber denúncias de uma intensa movimentação de motociclistas carregando mochilas até um prédio no bairro de Ponta Verde. 

Após investigação da Divisão Especial de Investigações e Capturas (Deic), foi constatado que o dinheiro era movimentado internacionalmente através de remessas feitas através da casa de câmbio, usando CPF de terceiros, o que caracterizava também o crime de evasão de divisas. Os juros cobrados pelos colombianos variavam de 30% a 50%. 

Os líderes da organização foram identificados como Jose Leonidas Giraldo Osorio e a esposa, Janeth Campo Rivera. O casal é natural de Santiago de Cali, na Colômbia, e está em Maceió desde 2014.  Também foram presos Luis Alberto Vasco Giraldo (sobrinho de Leonidas), Julian Andres Zambranco Campo (sobrinho de Janeth), Edwin Alfonso Medina Altamar e a esposa, Sandra Del Pilar Dominguez Sanchez, e Vladimir Hurtado Orejuela, todos responsáveis por “recrutar” clientes e fazer e cobrar os empréstimos.

Cada um dos envolvidos tinha uma moto, computador e aparelho celular, e residiam em imóveis pagos pela organização criminosa.  Os principais alvos do grupo eram taxistas, vendedores ambulantes, pequenos empresários, e estabelecimentos como bares, oficinas e lava jatos.

O TNH1 tentou contato com o número anunciado para contato nas redes sociais da casa de câmbio, mas não conseguiu resposta.