Contextualizando

Surge em Alagoas nova situação em que a omissão oficial se sobrepõe às ações dos cidadãos

Em 13 de Junho de 2023 às 12:00

A implantação de um equipamento da empresa Timac Agro Indústria e Comércio de Fertilizantes no Porto de Maceió, para estocagem de ácido sulfúrico, é mais um crime ambiental que se pratica contra a população de Alagoas.

Não apenas pela armazenagem, em si, de um produto altamente tóxico numa área nobre de Maceió, mas também pela circulação do produto pelas ruas da cidade e rodovias do Estado em caminhões tanque, ampliando os riscos de acidentes.

Casos semelhantes não são novidade em nosso Estado, com resultados não muito satisfatórios para a população.

Na década de 1970, por exemplo, o Movimento Pela Vida se insurgiu contra a implantação de uma fábrica da Salgema (hoje Braskem), alegando a possibilidade de danos ambientais – o afundamento do solo em cinco bairros de Maceió pela exploração de sal-gema dá razão, hoje, a quem foi chamado no passado de “arauto do atraso”.

Há poucos anos, ambientalistas protestaram contra a edificação de torres residenciais na área Norte de Maceió e, ao final, prevaleceram a vontade e a força dos empreendedores.

Nas mesmas circunstâncias, e na mesma época, surgiu o Condomínio Laguna em área ambiental de Marechal Deodoro, numa condição que só uns poucos melhor informados sabem os detalhes – embora poucos se atrevam a revelar os bastidores para do licenciamento da obra.

O mesmo está acontecendo agora, em intensidade maior, na chamada “Rota de Milagres”, Litoral Norte do Estado, alvo primordial da especulação imobiliária, em detrimento no meio ambiente e da implantação de serviços essenciais como água, saneamento, energia e ordenamento urbano.

Nesses episódios o esperneio da parcela da população preocupada com a natureza – no que se inclui o ser humano – não tem sido suficiente para fazer prevalecer os direitos coletivos do cidadão.

A esperança poderia ser a ação, inclusive preventiva, dos órgãos oficiais responsáveis pela fiscalização em favor do meio ambiente, mas a omissão do passado continua a prevalecer no presente.

A quem apelar, então?

Ao Bispo, talvez…

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