Brasil

Tartaruga com mordida mais forte que a de um leão é encontrada em SP

UOL | 29/08/21 - 22h00

Uma tartaruga-aligator (macrochelys temminckii), originária das Américas Central e do Norte, foi encontrada no acostamento de uma estrada rural, próximo a uma represa do rio Santo Anastácio, em Presidente Prudente (a 556 km de São Paulo), segundo informou a Polícia Ambiental.

As mandíbulas dessa espécie são tão fortes que podem quebrar ossos humanos com facilidade.

Tamanha força está ligada à pressão da mordida que, segundo a Polícia Ambiental, pode ultrapassar os 600 kg. Em um comparativo simples, a mordida de um leão chega a cerca de 400 kg.

O resgate

A tartaruga foi encontrada por um estudante universitário de Direito que passava de carro pela estrada, na última quinta-feira (26). "A tartaruga era grande e estava no acostamento. Quis evitar que ela fosse atropelada", disse ao UOL, João Pedro Rodrigues Paes, 20.

Paes disse que o tamanho do réptil chamou a atenção. Ele chegou a acariciar o casco da tartaruga. "Ela parecia ser bastante dócil."

O estudante decidiu levar o animal até a base da Polícia Ambiental, após ligar para a corporação. "Eles acharam que se tratava de um jabuti, mas aquele exemplar era bem diferente. Eu sei o que é um jabuti e aquele não era um."

O resgate contou com a ajuda de um morador das redondezas que passava de moto pelo local e auxiliou a colocar a tartaruga, que pesa cerca de 25 kg, na carroceria do veículo.

A surpresa

O animal foi entregue à Polícia Ambiental e passou por atendimento de veterinários.

"Quando descobri a força da tartaruga-aligator, fiquei impressionado. Eu poderia ter perdido os dedos. Você nunca pensa que uma tartaruga pode ser um bicho bravo", disse Paes.

A origem

A Polícia Ambiental ainda não sabe como o animal foi parar no local, mas a principal hipótese é de que ele tenha sido abandonado na área rural.

"A tartaruga americana mordedora não poderia estar aqui. Agora vai ser destinada ao Zoológico da Cidade da Criança de Presidente Prudente", afirmou o capitão Júlio César Cacciari, da 3ª CIA da Polícia Ambiental.

Érica Pellosi, médica veterinária do Zoológico da Cidade da Criança, explicou que o animal —que se alimenta de peixes, lagartos e pequenas aves— não pertence à fauna brasileira. "É um animal extremamente perigoso e agressivo", disse ela.

A polícia tenta identificar o responsável pelo abandono e, se localizado, ele pode ser autuado por "introduzir espécimes de outro país".

A multa pode chegar a R$ 7.000. E a punição pode ir além: se for constatado que o animal foi trazido ao Brasil para ser comercializado, o responsável pode responder por tráfico de animais.