“Temo pela minha vida”: empresária alagoana denuncia ex-marido por violência e foge do país

“Temo pela minha vida, tenho muito medo do que pode acontecer. Eu vivi um relacionamento extremamente abusivo”, foi dessa forma que a empresária alagoana, Giuliana Omena, relatou como está se sentindo após denunciar o ex-marido por violência doméstica, psicológica e patrimonial. Com medo do suspeito, a vítima fugiu para os Estados Unidos. As declarações foram feitas em uma rede social na última segunda-feira (21). 

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Giuliana tem 33 anos e teve um relacionamento de quase 16 anos com o ex-companheiro. Ela relatou que possuía uma loja de roupas em Maceió em sociedade com ele e que demorou a perceber que vivia em um relacionamento abusivo. “Eu achava que uma mulher só era agredida, se levasse um soco no rosto. Ou se ela fosse espancada ao ponto de ter que ser socorrida no hospital."

A empresária também revelou momentos de agressões que passou durante todos os anos de relacionamento. 

“Eu não conseguia enxergar, por exemplo, o fato do meu ex-marido jogar um celular no meu rosto, que por muita sorte não me atingiu, já era uma violência. Meu ex-marido, em um excesso de fúria, arremessar objetos dentro de casa já era uma violência. Ele quebrar o meu escritório, enquanto minha loja estava aberta em pleno funcionamento no mês de maior fluxo do comércio, já era um violência e era uma violência extrema.”

Outros tipos de violência

Segundo a advogada de Giuliana, Amanda Montenegro, o homem administrava o dinheiro da loja e não permitia a ela qualquer acesso às contas bancárias. Todos os gastos dela eram controlados pelo companheiro. Além disso, ele também não permitia que Giuliana tivesse  cartões de crédito e débito. 

Além de violência física e patrimonial, a advogada diz que o ex-marido da empresária também praticou violência psicológica contra a vítima e forjou documentos para dizer que ela teria doenças mentais.  “Ele tenta taxá-la como louca, fazendo com que as pessoas próximas desacreditem dela. [...] Inclusive ele até tentou forjar um laudo psicológico para tentar interná-la, o que foi rechaçado pela própria psicóloga que fazia os atendimentos com Giuliana”, diz a advogada. 

Fim do relacionamento

Em fevereiro de 2025, o casal teve outra discussão e o homem deixou a residência onde os dois moravam. Giuliana contou que estava operada há 30 dias e ele a deixou sem qualquer dinheiro em espécie e sem cartões de crédito. 

No mês seguinte, a mulher registrou um Boletim de Ocorrência (B.O) detalhando a violência que sofria. Em seguida, ela conseguiu uma medida protetiva. Com isso, foi imposto ao ex-companheiro:

• Ter que manter um distanciamento de no mínimo 500 metros da empresária;
• Não entrar em contato com Giuliana, e
• Não entrar em contato com as testemunhas do processo. 

Próximos passos da defesa

Giuliana saiu do país e foi para os Estados Unidos, relatando que não estava se sentindo segura no Brasil. Enquanto isso, a defesa dela dá continuidade ao processo. 

De acordo com a advogada Amanda Montenegro, além do processo na esfera criminal, será solicitado à Justiça restituição financeira e a dissolução da união estável na área cível. 

“Estamos tomando as providências necessárias para que sejam as diligências como quebra de sigilo bancário, apuração dos bens que estão envolvidos no relacionamento. O agressor também não permitia que ela tomasse conhecimento da quantidade de imóveis que foram adquiridos”, explica a advogada. 

O suspeito e o advogado dele foram contactados pela produção da TV Pajuçara, mas não quiseram falar sobre o caso. 

Confira a reportagem completa: