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Trump pagou R$ 14 mi a organizadores de evento pré-invasão, diz ONG dos EUA 

Uol | 22/01/21 - 19h12

O ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, tinha uma relação financeira direta com os organizadores do comício que antecedeu a invasão do Capitólio. Como noticiado pela Bloomberg, a campanha de Trump pagou US$ 2,7 milhões (R$ 14,7 milhões) a protagonistas do evento no qual o próprio ex-presidente incentivou os seus apoiadores a marcharem em direção ao prédio que abriga o Congresso americano em Washington.

Os pagamentos foram identificados pelo Center for Responsive Politics (Centro pela Política Responsiva), uma ONG dos Estados Unidos que se diz apartidária e monitora as relações financeiras na política e seus efeitos nas políticas públicas. As quantias foram noticiadas inicialmente pela agência americana Associated Press.

Os relatórios da ONG foram obtidos por meio da Comissão Eleitoral Federal e datam até 23 de novembro do ano passado. O comício e a invasão aconteceram em 6 de janeiro, mas os pagamentos evidenciam que a campanha de Trump pela reeleição tinha vínculos diretos de apoio financeiro com os organizadores do evento. 

Entre os que receberam pagamentos, estão oito oficiais da campanha de Trump que foram nomeados na licença emitida para a autorização do comício, realizado em frente à Casa Branca. 

Entre eles está Maggie Mulvaney, sobrinha de Mick Mulvaney, que era chefe de gabinete de Trump até março do ano passado. Maggie recebeu US$ 138 mil (R$ 755 mil) da campanha do ex-presidente.

Outro exemplo é Megan Powers, uma das gerentes listadas na licença do evento. Megan, que já atuou como diretora de operações da campanha de Trump, recebeu US$ 290 mil (R$ 1,5 milhão) da campanha de fevereiro de 2019 até o final de 2020.

A invasão ao Capitólio terminou com centenas de apoiadores de Trump invadindo à força tanto a Câmara dos Representantes como o Senado americanos, além de gabinetes dos parlamentares. Cinco pessoas morreram na ação.

No momento da invasão, o Congresso estava reunido para certificar a vitória de Joe Biden, que tomou posse anteontem. Motivados pelas alegações de fraude eleitoral feitas por Trump, os apoiadores queriam pressionar os parlamentares e o vice-presidente Mike Pence, que participava da cerimônia, a não aceitarem o triunfo de Biden.