Maceió

Turma de cursinho 'dribla' decreto e faz aulão em bar de Maceió; assista

Eberth Lins | 16/10/20 - 12h24
Foto: Reprodução

Sem autorização para o retorno das aulas presenciais, um curso de Maceió encontrou uma brecha um tanto inusitada para reunir alunos e professores em um aulão. 

Meio que em tom de protesto, estudantes e professores se reuniram para revisar disciplinas em um bar no bairro Jatiúca, em Maceió, na noite dessa quinta-feira (15). "Não pode na sala de aula, mas pode bar. Bar aberto e sala de aula fechada então vem pra cá", disse um professor.  "Se não pode na sala, a gente vem para o bar", acrescentou outro.

Veja o vídeo:

De acordo com a diretora do curso, Juliana Ribeiro, a ideia do aulão no bar, além de atender uma demanda dos estudantes, tinha como objetivo chamar atenção das autoridades para o segmento.

"Estamos há sete meses parados e a nossa situação é um muito difícil. As autoridades precisam entender que atuamos com cursos livres, o que nos diferencia de outras modalidades de ensino. Nosso público é majoritariamente adulto, entende a necessidade de se cuidar para evitar e contaminação pelo vírus e não existe obrigatoriedade de presença", informou em entrevista ao TNH1.

"Temos um grupo com donos de vários cursos e já aplicamos o protocolo de biossegurança de outros estados que já liberaram as aulas presenciais. No geral, estamos preparados e conscientes dos cuidados para esse retorno", ressaltou a diretora.

Reivindicação

Horas antes do aulão, o perfil do curso chamou atenção das autoridades e cobrou a a retomadas das aulas presenciais.

"Até o momento não houve sinalização a respeito do retorno das atividades dos cursos livres. Esse cenário precisa ser mudado! Não há motivo plausível para, de um lado, haver liberação de tantas atividades e, enquanto, de outro, suspensão total das aulas em todos os âmbitos educacionais", trouxe a publicação.

A iniciativa do aulão no bar, no entanto, dividiu opiniões. "Sem noção. Alunos sem máscaras e sem respeitar o distanciamento! Já não basta a sub-notificação dos casos de morte por Covid, temos agora supostos professores incentivando aglomeração de pessoas", criticou uma seguidora no perfil oficial do curso. "Excelente ideia. Todos deveriam aderir isso. Um absurdo não liberar as aulas", defendeu outra seguidora.

Governo diz que tem protocolo mas não divulga data

Independentemente da intenção de protestar ou encontrar uma alternativa para estudar, os alunos foram flagrados no vídeo aglomerados e sem usar máscara de proteção, infringindo o decreto do governo do estado que disciplina o distanciamento controlado. Procurada, a Secretaria de Estado da Saúde (Sesau) informou que existe um protocolo de distanciamento social controlado em vigência e que o decreto deve ser respeitado por todos.

Em entrevista ao Fique Alerta desta sexta-feira (16), durante a posse dos Auditores da Sefazo governador Renan Filho (MDB) declarou que já tem um protocolo para o retorno às aulas, para o público adulto, mas não deu detalhes nem uma data de retorno. 

No decreto de distanciamento social mais recente, divulgado pelo governo do estado, a previsão para o retorno às aulas era previsto para até o final de setembro, mas as oscilações nos números da Covid e a falta de um consenso entre governo, autoridades educacionais e de saúde acabou adiando a volta às aulas presenciais. 

Ao TNH1, o Governo de Alagoas disse que a previsão é de que os cursinhos sejam os primeiros a serem autorizados a voltar a funcionar. "O govrnador aguarda a consolidação dos números desta semana epidemiológica, que apontam para a manutenção da estabilização da Covid-19 em Alagoas, para anunciar os próximos passos dentro do Plano de Distanciamento Social Controlado", informou. 

Sistema de educação já criou protocolo sanitário

O Sistema de Educação de Maceió, formado pelas escolas e públicas da capital, encaminhou em 15 de setembro um protocolo que visa o retorno – seletivo – das aulas presenciais. 

Segundo o blog do Ricardo Mota, o documento vem sendo elaborado em conjunto, com uma preocupação especial em relação às crianças e adolescentes que estudam na rede pública.