Economista alagoano Daniel Lima Costa, presidente da Associação Norte e Nordeste de Energia Solar:
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“Nos últimos anos uma verdadeira disputa está sendo travada no mercado das concessões de serviços públicos de energia e água. Cada vez mais assistimos governantes orgulhosos e felizes, batendo o martelo na B3 em virtude de ter privatizado esses serviços que são extremamente onerosos para o poder público.
Os valores alcançam bilhões por pequenas áreas de concessões, mas fica um questionamento: quem paga esta conta?
A resposta é fácil, a população ou como os políticos gostam de falar, o povo. Isso mesmo, a conta é transferida para o povo em suaves prestações pagas todos os meses ao longo de vários anos.
É do meu desconhecimento se alguma privatização ocorrida no Brasil provocou diminuição dos preços dos serviços prestados à população. Dou como exemplo a recente privatização dos serviços de água da região metropolitana de Maceió que simplesmente fez com que as tarifas de água triplicassem de valor.
Os governantes comemoram com extrema alegria alguns bilhões extras que entraram em seus caixas, mas a que custo?
Para mim as privatizações dos serviços públicos de água e energia se transformaram nos maiores mecanismos de concentração de renda do país. Tira-se de todos para os cofres de poucos. E esses poucos, na maioria das vezes, remetem para o exterior os bilionários lucros anunciados todos os anos.
A população se tornou refém dos agentes do corte ou paralisação dos serviços, que não deveriam ocorrer em virtude do caráter essencial desses serviços para a sobrevivência digna e com um mínimo de conforto que uma família pode almejar.
Assistimos todos os dias a uma verdadeira extorsão que resulta numa multidão de inadimplentes que simplesmente não conseguem pagar as exorbitantes tarifas de serviços que deveriam ser regidos pelo princípio da modicidade tarifária, ou seja, o mais barato possível e acessível para todos.”
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