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É comum se dizer que o senador Renan Calheiros (MDB/AL) é “o mais profissional dos políticos de Alagoas”. Em parte, adeptos desse raciocínio têm razão.
Ocorre que, ao longo da sua trajetória política, nem sempre Renan tem acertado.
A disputa pela Prefeitura de Maceió em 1988, vencida por Guilherme Palmeira, foi a sua primeira derrota.
A segunda foi em 1990, quando perdeu a disputa pelo governo de Alagoas para Geraldo Bulhões e, com ela, o mandato de deputado federal.
Amargou o ostracismo político e dificuldades até quando em 1994 convenceu Divaldo Suruagy, favorito absoluto ao governo do Estado, a concorrer ao Senado, afastando do páreo José Thomaz Nonô, que tinha compromisso de apoio de cerca de 80 prefeitos.
Eleito senador, Renan deu a volta por cima e tem conseguido se manter no cargo até hoje, apesar dos sustos em 2010, quando se reelegeu como segundo colocado – o primeiro foi Benedito de Lira – e em 2018, de novo segundo colocado – Rodrigo Cunha terminou como primeiro colocado.
Na presente eleição, em que não concorre – seu atual mandato vai até 2026 – mas tem interesse direto em eleger Paulo Dantas governador e Renan Filho senador, pode estar incorrendo em um erro estratégico ao trocar ofensas e acusações com Arthur Lira, presidente da Câmara dos Deputados, líder maior do PP em Alagoas e candidato à reeleição.
As sondagens recentes dos institutos de pesquisas apontam, hoje, para um confronto no segundo turno entre Paulo Dantas (MDB) e Fernando Collor (PTB).
Num eventual segundo turno, Renan e seu grupo político vão precisar agregar votos ao seu candidato (Dantas) e o caminho natural é buscar apoios de quem não conseguir chegar lá – no momento, o terceiro colocado nas avaliações para a disputa ao governo é Rodrigo Cunha (União Brasil), que tem em Arthur Lira o principal apoiador.
A radicalização de Renan Calheiros contra Arthur Lira pode fazer, no segundo turno, com que o PP e seus aliados migrem para o apoio a Fernando Collor – dentro da hipótese acima colocada. O que, de fato acontecendo, desequilibraria a balança contra as pretensões de Paulo Dantas.
A não ser que o senador Renan esteja jogando pesado demais agora para liquidar a fatura em favor do seu candidato a governador logo no primeiro turno.
Eleição se ganha com votos – quanto mais, melhor. É uma questão matemática, além de política.
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