Contextualizando

Uma proposta para a polêmica instalação de uma roda gigante em Maceió

Em 15 de Dezembro de 2022 às 13:16

Maceió é uma cidade linda, de atrativos naturais inquestionáveis, gastronomia excelente, com hotelaria e restaurantes de alto nível, mas também tem suas deficiências, inclusive quanto à elevada desigualdade social.

Um dos problemas está na sua urbanização, decorrente da falta de planejamento.

Aqui, para se construir basta ter dinheiro e vontade. O resto se resolve.

Não há critério para implantação de padaria, farmácia, supermercado, hospital, bar, academia, hotel…

O critério fica por conta de quem está fazendo o investimento. Não se leva em conta as demandas de energia, água, saneamento, estacionamento e circulação de veículo.

Na gestão pública é a mesmíssima coisa: o gestor decide por alguma obra ou intervenção e está resolvida a situação, não importa os transtornos que causem à comunidade.

O fato mais novo no âmbito do gigantismo em equipamentos adotado pela atual gestão é o anúncio, pela Prefeitura, de uma enorme roda gigante na orla marítima, entre as Praias de Pajuçara e Ponta Verde.

Alguém da equipe do prefeito JHC entendeu que era um bom investimento, definiu antecipadamente o local sem ouvir a comunidade nem os seus representantes na Câmara de Vereadores e pronto: imediatamente divulgou.

O discutível dessa decisão não é a roda gigante, em si, mas o local.

As avenidas da orla – Antônio Gouveia, Sílvio Viana e Álvaro Otacílio -, que ligam a Pajuçara à Jatiúca, estão saturadas, seja para o tráfego de veículos como para a circulação de pessoas nas calçadas nesse trecho.

O estreitamento da via, exatamente em frente aos Sete Coqueiros, foi um grande equívoco por parte da Prefeitura, tanto quanto estabelecer apenas uma pista para circulação de veículos no trecho entre os Sete Coqueiros e o antigo clube Alagoinhas – hoje Marco dos Corais.

O que era ruim piorou bastante, especialmente quando caminhões, ônibus e outros veículos transitam por ali de forma lenta, a exemplo de viaturas da SMTT, Guarda Municipal, Ronda nos Bairros e Policia Militar.

Voltando ao tema da roda gigante, reforço o entendimento de outros com o mesmo pensamento meu: o equipamento é indispensável, sim, para que se tenha mais um referencial turístico na cidade, mas o local proposto é absolutamente inadequado.

Associo-me aos que defendem a implantação da tal roda gigante na orla de Jaraguá, que está novamente tentando se revitalizar com novos pontos comerciais, restaurantes e bares.

Seria, aí sim, um local perfeitamente justificável, até porque não causaria nenhum embaraço à comunidade nem aos que nos visitam. Muito pelo contrário.

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